As pinturas enfatizam as analogias corpóreas e orgânicas. Foto Divulgação

As pinturas enfatizam as analogias corpóreas e orgânicas. Foto Divulgação

 

Tomie Ohtake (1913-2015),  artista japonesa naturalizada brasileira, chegou ao país aos 23 anos e iniciou sua carreira quase aos 40 anos. Recebeu 28 prêmios, participou de 20 bienais nacionais e internacionais e mais 120 exposições ao redor do mundo. A artista é  considerada uma das grandes referências da arte abstrata brasileira.

Na  exposição “Tomie Ohtake: Cor e Corpo”, que abre dia 11 de julho, às 19 horas, na CAIXA Cultural Curitiba, o público poderá conferir 40 gravuras, cinco pinturas e três esculturas da artista.  A mostra revela um recorte de obras de Tomie, que produziu continuamente por mais de 60 anos e viveu 101 anos.

De acordo com os curadores Carolina De Angelis e Paulo Miyada, os interesses pictóricos de Tomie Ohtake foram constantemente renovados ao longo de sua trajetória profissional. “A artista construiu um vocabulário plástico amplo e complexo. Forma, matéria e cor nunca foram pensadas por ela de modo dissociado, mas alternaram suas ênfases para se potencializar mutuamente”, afirmam. Eles acrescentam que o conjunto da obra é uma unidade coesa. Tomie Ohtake preferia sempre deixar suas obras sem título.

 

Forma, matéria e cor nunca foram pensadas por ela de modo dissociado. Foto Divulgação

Forma, matéria e cor nunca foram pensadas por ela de modo dissociado. Foto Divulgação

 

Embora suas obras sejam associadas ao informalismo por alguns, suas formas destacam-se por remeterem a elementos da natureza e a volumes que se assemelham a movimentos orgânicos. Desde as primeiras décadas, Tomie Ohtake impõe tremores, desvios e abaulamentos às formas geométricas, traçando contornos e silhuetas, evitando a rigidez. Outra característica é o uso das cores. “Desde meados da década de 1980, a artista imerge na intensidade de uma paleta cromática profunda, cheia de pretos, brancos e vermelhos saturados, intercalados com azuis, verdes e amarelos densos”, explicam os curadores.

 

Até a sua morte em fevereiro de 2015, aos 101 anos, seguiu trabalhando. Foto Divulgação

Tomie Ohtake seguiu trabalhando até os 101 anos. Foto Divulgação

 

Tomie Ohtake

Nassceu em Kyoto, no Japão, dia 21 de novembro de 1913, onde fez seus estudos. Em 1936 chegou ao Brasil para visitar um de seus cinco irmãos. Impedida de voltar, devido ao início da Guerra do Pacífico, acabou ficando no país. Casou-se, criou seus dois filhos, e com quase 40 anos começou a pintar incentivada pelo artista japonês Keisuke Sugano.

A carreira atingiu plena efervescência a partir dos seus 50 anos, quando realizou mostras individuais e conquistou prêmios na maioria dos salões brasileiros.  Além da pintura, da gravura e da escultura, marcam sua produção as mais de 30 obras públicas desenhadas na paisagem de várias cidades brasileiras, dentre elas, uma em Curitiba – instalada no Museu Municipal de Arte (MuMA), no Portão Cultural. A obra em concreto tem 11 metros de altura e foi criada especialmente para Curitiba celebrar o centenário de amizade Brasil-Japão, em 1996.

Dos 100 aos 101 anos concebeu cerca de 30 pinturas. Até a sua morte em fevereiro de 2015, aos 101 anos, seguiu trabalhando.

 

Serviço

Mostra “Tomie Ohtake: Cor e Corpo”

Local: CAIXA Cultural Curitiba, Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Curitiba (PR) – Galerias Térreo e Mezanino

Abertura: 11 de julho (terça-feira), às 19h

Visitação: 12 de julho a 10 de setembro de 2017

Horário das galerias: terça a sábado, das 10h às 20h, e domingo, das 10h às 19h

Ingressos: entrada franca

Informações: (41) 2118-5111

Classificação etária: livre para todos os públicos