Rafael Silveira possui uma obra singular, provocativa, intuitiva e cerebral. Nada é óbvio, nada é raso, nada é apenas aquilo que se vê. Em cada peça que elabora minuciosamente, o público desvenda os detalhes – que são muitos – percebe em suas referências um primor pela pesquisa, pela matéria-prima, pelo olhar fora do senso comum. Aliás, comum é uma palavra que não cabe nas obras do artista . Do pensamento ao conteúdo.
Em sua primeira individual no Museu Oscar Niemeyer, “Circonjecturas”, resultado de uma década de trabalho, Rafael Silveira constrói um imaginário com uma narrativa consistente, complexa e lúdica. O público é convidado a entrar em um portal para outra dimensão, descobre as suas próprias referências, encontra elementos e cria pontos de ligação no fantástico universo do artista.
São cerca de 50 obras, entre instalações inéditas, objetos cinéticos, molduras que se transformam em esculturas, bordados-objetos, além de pinturas, desenhos, gravuras, projeções e outros objetos representativos da produção do artista nos últimos anos.
A curadoria, de Baixo Ribeiro, propõe um percurso pelas obras. “O Corredor das Ilusões envolve o visitante na luz estroboscópica, sons e imagens em movimento. Logo após, uma instalação de escala arquitetônica se desmancha pelo chão. Nas paredes há um encadeamento de quadros minuciosamente pincelados com tinta óleo. Alguns desses quadros recebem molduras entalhadas, sendo que algumas dessas molduras acabam por deixarem de ser um mero adorno das telas pintadas, para tornarem-se elas próprias esculturas quase autônomas”, conta o curador.
A interdependência entre pintura e escultura forma diferentes formatos, pinturas esculpidas e esculturas pintadas exploram-se nas mais variadas conjugações, desde a tela bidimensional com uma simples moldura funcional que a protege até a peça tridimensional modelada em lata com a pintura selando todas as suas faces. Numa das extremidades da sala, a pintura desaparece e dá lugar ao desenho, que também se desprende do bidimensional para surgir em traços sólidos, formados pelo entrelaçar de fios dos bordados que o artista cria em parceria com a artista têxtil Flávia Itiberê. A mostra pode ser vista até dia 06 de agosto no Museu Oscar Niemeyer.
Serviço:
Circonjecturas – Rafael Silveira
Abertura: 11 de maio de 2017, quinta, 19h – entrada franca na hora da abertura
Até dia 06 de agosto de 2017
Visitação: terça a domingo, das 10h às 18h
R$ 16 e R$ 8 (meia-entrada)
Quartas com entrada franca. Primeira quinta do mês horário estendido até as 20h, com entrada gratuita após as 18h. Maiores de 60 e menores de 12 anos têm entrada franca.
Museu Oscar Niemeyer
Rua Marechal Hermes, 999
41 3350-4400