Lasar Segall já é um artista maduro quando chega ao Brasil em 1924, vindo de Vilna, capital da Lituânia

Lasar Segall já é um artista maduro quando chega ao Brasil em 1924, vindo de Vilna, capital da Lituânia. Obra “Duas Amigas” (1913)

 

Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Cícero Dias, Lasar Segall, Antonio Dias, Amilcar de Castro, Alfredo Volpi, Hélio Oiticica, Candido Portinari, Flavio de Carvalho, Franz Krajberg, Ivan Serpa, José Pancetti, Lygia Clark, Mira Schendel, Abraham Palatnik, Iberê Camargo, Maria Martins, Tomie Ohtake, Sérvulo Esmeraldo, Victor Brecheret, e mais, juntos em uma exposição? Sim, isso é possível.

Esse time de peso das artes visuais está reunido na belíssima mostra “Arte Moderna na Coleção da Fundação Edson Queiroz”, em cartaz no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, até dia 05 de março. São cerca de 80 obras, com foco na produção de artistas modernos que atuaram no Brasil entre as décadas de 1920 e 1960.

Obras-chave como “Duas amigas”, de Lasar Segall (foto), que abre a exposição, reúne características para a compreensão de uma importante parcela da produção dos primeiros tempos do modernismo no Brasil; assim como os trabalhos de Flávio de Carvalho e Anita Malfatti.

Ali estão também “Anna Maria” foto), de Maria Martins – considerada uma das primeiras escultoras ligadas ao movimento surrealista – e “Bicho Linear” (foto), de Lygia Clark, que sintetiza o pensamento do manifesto neoconcreto.

Maria Martins participou de grandes mostras do surrealismo, como a organizada, em 1947, em Paris, pelo escritor francês André Breton, que escreveu sobre ela.

Maria Martins participou de grandes mostras do surrealismo, como a organizada, em 1947, em Paris, pelo escritor francês André Breton, que escreveu sobre ela. Obra “Anna Maria” (1942).

O Manifesto Neoconcreto foi assinado em 1959 por Amilcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissmann, Lygia Clark, Lygia Pape, Reynaldo Jardim e Theon Spanudis.  A obra “Bicho Linear” sintetiza o pensamento deste grupo.

O Manifesto Neoconcreto foi assinado em 1959 por Amilcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissmann, Lygia Clark, Lygia Pape, Reynaldo Jardim e Theon Spanudis. A obra “Bicho Linear” ( 1960) sintetiza o pensamento deste grupo.

Podem ser vistas ainda  “Fachada” e “Bandeiras” de Volpi (foto), as mulheres de Di Cavalcanti (foto), os mestres da arte cinética Abraham Palatnik (foto) e Sérvulo Esmeraldo; as formas tridimensionais de Amilcar de Castro, Franz Weismann, Bruno Giorgi, Brecheret, o cubismo de Antonio Gomide, Ismael Nery (foto) e Vicente do Rêgo Monteiro, além de muitos outros nomes e obras essenciais para compreender este período da história no Brasil, em que linguagens inovadoras foram criadas e levantam reflexões até os dias atuais.

No conjunto da obra de Alfredo Volpi que se assiste com maior clareza à passagem da figuração convencional para a abstração

No conjunto da obra de Alfredo Volpi que se assiste com maior clareza à passagem da figuração convencional para a abstração. “Bandeiras pretas e brancas” (1959)

Fundação Edson Queiroz

 A Fundação Edson Queiroz, sediada em Fortaleza, guarda um significativo acervo que conta a trajetória de 400 anos de história da Arte no Brasil. Um recorte desta coleção foi selecionado pela curadora Regina Teixeira de Barros com obras que pontuam este percurso da arte no Brasil.

“A abrangência temporal da Coleção da Fundação Edson Queiroz é ampla o suficiente para estimular muitas narrativas sobre a arte produzida no Brasil”, afirma a curadora. “Individualmente, cada peça que compõe a exposição tem um imenso valor artístico. Em conjunto, elas criam infinitas possibilidades de interpretação”, conclui.

Tanto os aparelhos cinecromáticos de Palatnik quanto os excitáveis de Sérvulo Esmeraldo são contribuições singulares para a arte cinética brasileira e internacional

Tanto os aparelhos cinecromáticos de Palatnik quanto os excitáveis de Sérvulo Esmeraldo são contribuições singulares para a arte cinética brasileira e internacional. “Cinético P4-PA” (1966-2005)

 

 

Di Cavalcanti divide com Portinari a predileção pela figura humana como representante da nação

Di Cavalcanti divide com Portinari a predileção pela figura humana como representante da nação. “Mulatas com flores” (1936)

 

 

 Nery afirmava que, depois de ver Tintoretto ao vivo, era inútil continuar a pintar. Entretanto, continuou a pintar e a escrever poesias.

Nery afirmava que, depois de ver Tintoretto ao vivo, era inútil continuar a pintar. Entretanto, continuou a pintar e a escrever poesias. “Figuras sobrepostas” (1934)

 

 

Serviço:

“Arte Moderna na Coleção da Fundação Edson Queiroz”

Museu Oscar Niemeyer

Rua Marechal Hermes, 999

Curitiba – Paraná

Até dia 5 de março de 2017

Visitação: terça a domingo, das 10h às 18h

Ingressos: R$12,00 e R$6,00 (meia-entrada)