Perfil: Newton Goto ( Curitiba)

Os percursos de Goto

Atua com diferentes linguagens artísticas e tem trabalhos realizados em espaços abertos da cidade, em circuitos artísticos autônomos e dentro de espaços museológicos e institucionais de arte (Brasil, desde 1991). Foto Kraw Penas/SEEC

Goto atua com diferentes linguagens artísticas e tem trabalhos realizados em espaços abertos da cidade, em circuitos artísticos autônomos e dentro de espaços museológicos e institucionais de arte. Foto Kraw Penas/SEEC

Artista, pesquisador, curador e produtor com ênfase em arte experimental, contextual, relacional, socioambiental, circuitos artísticos autônomos, ativismo cultural, espaço público, cartografia participativa.

Goto oferece inúmeras possibilidades de olhar. Para a arte, para os artistas, para o outro. No trajeto percorrido por ele há saídas, sinais abertos e fluxo contínuo. Mostra que não existe apenas um caminho, mas várias maneiras de construir um percurso.

O artista trabalha com a percepção, a subjetividade, a crítica cultural, o que está latente e o que está invisível na sociedade, com as várias camadas sobrepostas das sensações, do pensar, do que está na rua e do que está na esfera do sentir, de um coletivo palpável e ao mesmo tempo abstrato.

Trabalho que exige técnicas e táticas, dedicação e um constante exercício de repensar o estabelecido, revisar os códigos preexistentes e formar, dessa maneira, novos conteúdos, narrativas e rotas.

A relação com o outro, primordial na sua história, permite que esse envolvimento participativo seja oxigênio para transformar os lugares e as práticas – mesmo quando somente numa escala de micropolítica – e oportuniza também experiências de apagamento de fronteiras entre artista e público.

“As imagens nos luminosos inspiram-se nas pinturas de Mondrian, entretanto a plasticidade é resultado do mapeamento de construções desocupadas, construções subutilizadas e lotes vagos no centro de Curitiba. Cada imagem é uma parte dessa região – o bairro Centro – cuja unidade cartográfica pode ser reconstituída mentalmente.”, diz Goto. Instalação Cidade vazia, exposição Coisa pública, Museu da Gravura Cidade de Curitiba, 2011 (Foto: Marssares).

Entre algumas de suas proposições artísticas destaca-se a exposição “Coisa Pública” (2001) e as obras “Cidade Vazia” (2011), “Desligare” (2006-2007) e “Ocupação” (1999-2000). Idealizador e coordenador, desde 2001, da EPA! Expansão Pública do Artista, entidade autônoma voltada à reflexão histórica e crítica sobre o circuito artístico e ao estabelecimento de redes de trabalho colaborativo em arte e cultura. Idealizador, curador e coordenador dos projetos Circuitos compartilhados (Brasil, desde 2002), Livre-troca (2016-2017), Rotação de culturas (Brasil, 2014) e Galerias subterrâneas (Curitiba, 2008). Idealizador e cofundador do coletivo de artistas E/Ou (Curitiba, 2005-2013), que a partir de 2008 realiza a série de trabalhos Descartógrafos. De 2005 a 2009 e de 2010 a 2012 foi membro do Colegiado Setorial de Artes Visuais, entidade de representação da classe artística vinculada ao Conselho Nacional de Política Cultural.

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Vila de Superagui, 2001. Uma das 10 montagens gráficas com desenhos de 50 crianças da Vila, a partir de atividades de desenho orientadas na localidade desde 1995.

Projeto Território Linguagem. Heavy metal e punk rock sobre a Vila e o Rio Belém (2013)

Projeto Território Linguagem. Heavy metal e punk rock sobre a Vila e o Rio Belém (2013)

Oficina de serigrafia e montagem de ateliê serigráfico. Projeto Revelando Olhares dos Moradores da Ilha do Mel. Associação dos Moradores Nativos da Ilha do Mel. Conta Cultura, Compagás: Ilha do Mel, Paranaguá-PR (2004)

Oficina de serigrafia e montagem de ateliê serigráfico.
Projeto Revelando Olhares dos Moradores da Ilha do Mel. Associação dos Moradores Nativos da Ilha do Mel. Conta Cultura, Compagás: Ilha do Mel, Paranaguá-PR (2004)

Oficina de arte Linguagens da Arte Urbana: Arte contemporânea e suas linguagens de inserção no espaço público/Território Rio Ivo.

Oficina de arte Linguagens da Arte Urbana: Arte contemporânea e suas linguagens de inserção no espaço público/Território Rio Ivo (2013).

Doutorando em Poéticas Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRGS (desde 2016); Mestre em Linguagens Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRJ (2004); Especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea pela EMBAP (2000). É artista visual desde 2001.

Coordenou em 2016 o projeto “Livre-Troca” (http://livretroca.redelivre.org.br), um intercâmbio entre artistas da Região Nordeste e da Região Centro-Oeste do Brasil, que agrega um artista de cada um dos 13 estados que compõem as duas regiões e uma representação dos Territórios Indígenas. A proposta, que teve várias etapas de realização e está em sua fase final,  funda-se na reflexão, debate e produção textual sobre a estruturação dos circuitos artísticos estaduais e na curadoria em vídeo sobre circuitos autônomos de artes visuais nessas localidades. Os conteúdos textuais e os registros fotográficos produzidos serão veiculados num website, e os títulos em filme e vídeo exibidos na mostra serão compilados em DVD e reproduzidos em tiragem restrita visando compartilhamento de acervo entre os participantes, instituições culturais, faculdades de arte e museus. Agora, Goto começa a preparar outro “Circuitos Compartilhados”, antecessor do “Livre-troca”.

Goto estabelece conexões e diálogos, fios condutores de toda a sua poética visual, documental e artística.

Para saber mais: http://newtongoto.wordpress.com