A desaceleração de 0,69% para 0,24% no Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) da segunda quadrissemana de julho é quase toda explicada pelo arrefecimento em gasolina (-0,06% para -3,59%), tarifa de eletricidade residencial (-1,02% para -2,29%) e passagem aérea (9,13% para 4,65%), diz o coordenador do indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. Somados, os itens tiveram um delta negativo de 0,40 ponto porcentual nesta leitura.

Segundo Picchetti, o comportamento desses componentes pode levar o IPC-S à primeira deflação mensal desde maio de 2020, quando havia registrou queda de 0,54%. Na ponta, as quedas dos três itens são de aproximadamente 12,0%, 5,0% e 6,0%, respectivamente. A projeção oficial para o resultado do IPC-S de julho está em revisão, mas o coordenador afirma que a tendência é de resultado próximo de zero.

“Essa desaceleração vem pelos itens beneficiados pela redução do ICMS. Pela difusão 72,58% para 71,94%, porém, é mais uma descompressão pontual do que uma mudança na trajetória da inflação. Até teve uma pequena queda, mas acima de 70% ainda é um número bem alto”, ressalta.

Grupo que costuma apresentar bastante volatilidade, Alimentação registrou alta de 1,64%, quase a mesma da primeira leitura do mês (1,65%). De acordo com Picchetti, a classe conta com forças opostas que estão praticamente se anulando. Na passagem da primeira para a segunda quadrissemana, por exemplo, hortaliças e legumes contribuíram com delta negativo de 0,04 ponto porcentual, enquanto laticínios tiveram delta positivo de 0,05 ponto.