Seis mil e quinhentas pessoas estiveram na Fazenda Evaristo, em Rio Negrinho (SC), para seis dias de música, arte e diversão durante a vigésima edição do festival Psicodália. Segundo Alexandre Osiecki, diretor do festival, foi o maior público que o evento já registrou. A edição comemorativa teve a participação de 52 bandas, divididas em quatro palcos – Lunar, Sol, Guerreiros e Palco de Dentro -, além de apresentações com palco livre,  para o qual o público pode se inscrever durante o evento, e no Palco do Lago, que estreou este ano com atrações surpresa todos os dias.

Entre os shows, grandes nomes da cena nacional, como Ney Matogrosso, Erasmo Carlos, Di Melo e Gerson King Combo – estes dois últimos como convidados das bandas Trombone de Frutas e Central Sistema de Som respectivamente -, e representantes das novas gerações, como Liniker e Céu. O processo de curadoria contou com mais de 400 cd’s  que foram recebidos e analisados pela produção durante o ano. Mais de 1000 projetos de música foram inscritos. “Nesta edição, pela primeira vez conseguimos reunir grupos de todas as regiões do Brasil”, comenta Alexandre.

 

Arte e ação

Ao todo, foram oferecidas 63 oficinas que contemplaram diversos temas, como teatro, cinema, música, política, esportes e sustentabilidade. Cento e setenta oficineiros compartilharam seus conhecimentos com cerca de 4.500 pessoas, número de vagas disponibilizadas este ano.  O sol também visitou a plateia nos seis dias, garantindo temperaturas altas e tendas cheias nas apresentações de teatro e cinema e também nas atividades de recreação infantil. Pelo menos 50 crianças participaram das brincadeiras, inclusive aquelas com idade de até 5 anos, cujos pais tiveram o apoio especializado no Materdália.  “Vemos crianças que participaram de todas as edições desde que nasceram e agora já estão maiores e entendendo cada vez mais o que acontece ao redor”, comentou Osiecki em conversa com os jornalistas presentes.

 

Sustentabilidade

Há cinco anos o Psicodália começou a implantação de banheiros secos. Durante esse tempo, o evento se tornou um centro de pesquisa no assunto. Nesta edição, a economia gerada pela criação girou em torno de 50 mil litros de água. Cerca de 150 bombas foram utilizadas e, durante o ano, elas receberão tratamento para virar adubo. Este 2017 festival implantou ainda o mictório feminino, também com o intuito de diminuir o uso de água.

Segundo Jéssica Pertile, bióloga responsável pelo gerenciamento de resíduos, cerca de 130 lixeiras ficaram espalhadas por toda a fazenda para coleta seletiva. 50 monitores orientaram o público sobre como separar corretamente o lixo. “Essa separação correta diminui 70% do lixo gerado no evento que precisa ser enviado para aterro sanitário”, explica Jéssica. Ao todo, esta edição do festival gerou apenas três caçambas de lixo não reciclável. Já os restos de alimentos vão para compostagem na própria fazenda.  O ano também foi marcado pela troca de produtos de limpeza por outros menos agressivos à natureza. O multiuso foi substituído por vinagre, bicarbonato de sódio e óleo essencial de lavanda.