Carlos Costa/CMC

A posse dos novos vereadores de Curitiba é só em janeiro do ano que vem, mas a eleição para a Mesa Executiva da Câmara já foi assunto na sessão de ontem da Câmara. O assunto acabou vindo à tona, depois que o vereador e ex-presidente do Legislativo da Capital, Serginho do Posto (DEM), criticou pregão eletrônico lançado pela atual direção da Câmaram, no valor máximo de R$ 2,9 milhões, para a compra de novo mobiliário para o Legislativo. O debate mobilizou oito parlamentares, por aproximadamente 45 minutos. A eleição da Mesa Diretora só acontecerá em 2 de janeiro, um dia após a posse dos reeleitos e dos novos vereadores.

Momento
Serginho do Posto questionou a necessidade da despesa na conjuntura da pandemia do novo coronavírus. “O orçamento existe e não estou questionando a licitude, mas o momento. Qual a necessidade (dos gastos com mobiliário)? Não podemos concorrer com o Palácio de Versalhes, aqui é o Palácio Rio Branco, a Casa do Povo, (é um) Legislativo municipal que precisa atender as demandas da sociedade e da população, que passa por grandes dificuldades”, disse ele. “Em outro momento, eu poderia entender, mas agora não dá. O momento pede prudência, pois o Município vai ter que fazer um esforço muito grande para entregar serviços para a população”, criticou ele, que também questionou mais genericamente de outras despesas da atual Mesa Diretora, presidida pelo seu correligionário de Democratas, Sabino Picolo, ausente da sessão por estar se recuperando da covid-19.

Candidatos
A réplica foi feita pelo segundo-secretário da Mesa, Professor Euler (PSD), para quem a escolha do tema está relacionada à eleição da Mesa Diretora, ainda que Serginho do Posto não a tenha abordado na sua fala. “Passaram dois anos usufruindo da modernização, mas agora, num período pré-eleitoral da Mesa, acredito que, querendo, um ou outro, ser candidato, o que é lícito, pois todos podem querer ser candidatos, agora resolveram partir para ataques infundados”, respondeu Euler. “O mobiliário pode parecer algo menor, mas não é. Foi realizado um estudo científico sobre ergonomia e quais os impactos disto na produtividade dos servidores”, justificou o parlamentar, alertando para o “grande número de afastamentos” de servidores do Legislativo anteriormente.

Pedágio
O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) classificou ontem como “vergonha” e “ganância sem limites” o novo reajuste pretendido pela concessionária Ecocataratas que explora o pedágio da rodovia BR-277, entre Guarapuava e Foz do Iguaçu. “Sem cabimento. Estamos em plena pandemia e não importa o argumento de que já cumpriu o acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF). Isso é mais uma vergonha, a ganância do pedágio não tem limites”, disse.

Espanto
O aumento das tarifas, conforme a própria concessionária, será de 30% e passa a vigorar a partir de sexta-feira (18) nas praças de pedágio em São Miguel do Iguaçu, Céu Azul, Cascavel, Laranjeiras do Sul e Candói. Hoje o valor do pedágio para veículos de passeio na praça em São Miguel do Iguaçu é de R$ 11,90; em Céu Azul custa R$ 9,00; e em Cascavel, Laranjeiras do Sul e Candói, R$ 9,80. “A reação dos motoristas é de espanto”, diz matéria da CATVE. “Não podia ser diferente. E ainda pode vir novo aumento por aí ainda em dezembro, apesar da proibição da Agepar”, disse Romanelli. Em nota à imprensa, a concessionária informa que vai retomar, entre os dias 15 e 18 de dezembro, em função do acordo de leniência com o MPF, a depender da evolução do tráfego no período, os valores de cobrança sem o desconto de 30% nas praças de pedágio.