La La Land – Cantando Estações tinha 14 indicações ao Oscar (um recorde) em 13 categorias e, como é um filme de sonhos, por que não sonhar com a chance de igualar os 11 prêmios de Ben-Hur (1959), Titanic (1997) e O Retorno do Rei (2003)? No Oscar entregue na madrugada desta segunda-feira (27), La La Land tinha tudo para fazer história. E fez mesmo: foi o vencedor mais efêmero da história. Por uns dois minutos. Foi o tempo de os veteraníssimos Warren Beatty e Faye Dunaway – a dupla de Bonnie & Clyde, filme que completa 50 anos – anunciarem La La Land como vencedor e corrigirem o erro. O vencedor de fato do Oscar de melhor filme era Moonlight: Sob a Luz do Luar.

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A gafe foi corrigida pelos próprios produtores de La La Land, que a essa altura já estavam no palco entre abraços e agradecimentos. Eles mesmos chamaram os responsáveis por Moonlight. Em 89 anos de entrega de Oscar, nunca houve uma gafe desse tamanho. Impossível não lembrar a Miss Colômbia 2016, que foi anunciada como vencedora do Miss Mundo e depois teve que passar a coroa para a Miss Filipinas, vencedora de fato. A gafe, aliás, fez multiplicar os memes.

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Moonlight era o filme com mais chance de desbancar os sonhos de La La Land. O filme de Barry Jenkins tem uma temática com forte apelo social. Aborda temas como racismo, homofobia, vício em drogas e pobreza nas ruas de Miami. Foi o dono do último prêmio da noite. Foi, também, dono do primeiro prêmio, entregue ao ator coadjuvante Mahershala Ali. Também ganhou o Oscar de roteiro adaptado.

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La La Land, o efêmero, não saiu de mãos abanando. Faturou seis prêmios: diretor (Damien Chazelle), atriz (Emma Stone), fotografia, desenho de produção e as duas barbadas da noite, trilha sonora e canção (City of Stars). Ao não levar os prêmios de montagem – perdeu para Até o Último Homem – e roteiro original –para Manchester à Beira-Mar –, talvez pudesse pressentir que a noite não terminaria tão bem assim.

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Manchester também levou o prêmio de melhor ator, para Casey Affleck. Antes favorito, ele foi ultrapassado por Denzel Washington (Um Limite Entre Nós) nas bolsas de apostas. O próprio Denzel engoliu em seco a derrota. Por sorte, havia dois Vingadores para cuidar dele…

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E por sorte Um Limite Entre Nós levou um Os car, de atriz coadjuvante, para Viola Davis.

Os outros prêmios da noite foram para A Chegada (edição de som), Até o Último Homem (mixagem de som), Animais Fantásticos e Onde Habitam (figurino), Mogli: O Menino Lobo (efeitos visuais), Esquadrão Suicida (maquiagem e cabelo), Zootopia (animação) e O Apartamento (filme estrangeiro). Este último, oriundo do Irã, não teve um representante para receber o Oscar; em vez disso, uma mulher leu uma carta com críticas pesadas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — aliás, uma vítima constante de alfinetadas durante todo o programa.

Ainda foram premiados OJ: Made in America (documentário), The White Helmets (documentário em curta-metragem), Piper (curta de animação) e Sing (curta-metragem).

O Oscar teve dois momentos peculiares. O apresentador Jimmy Kimmel mandou soltar doces em pequenos paraquedas. E mais tarde fez entrar no teatro Dolby uma trupe de turistas que achavam que iriam ver uma exposição de vestidos. De certa forma, havia mesmo a exposição de vestidos, só que com atrizes os vestindo.

Além disso, atores mais velhos foram resgatados. Além de Faye Dunaway e Warren Beatty, apareceram Shirley McLaine (que é irmã mais velha de Warren) e Michael J. Fox – que entrou no palco após sair do DeLorean de De Volta para o Futuro, junto com Seth Rogen.

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Outra presença ilustre foi a de Katherine Jonhson, 98 anos, que trabalhou na Nasa nos anos 60 e cuja história inspirou Estrelas Além do Tempo.

E o In Memoriam se encerrou com Carrie Fisher declarando “May the Force be with you”.

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