Em determinado momento de A Múmia, os mocinhos saem em disparada dos subterrâneos do Museu Britânico de Londres – onde há todas as relíquias do Egito antigo que os ingleses coletaram – e aparecem no hall do Museu de História Natural – onde há fósseis de dinossauros. Essa é a apenas uma das muitas misturas do filme, que estreia nesta quinta-feira (8/6) em Curitiba. Além dos museus, há perseguição pelas ruas de Londres, zumbis, uma versão moderna de O Médico e o Monstro e muita, muita Missão Impossível. E, claro, a múmia. Aliás, a maior novidade é o fato de a múmia em questão ser uma mulher. No caso, a quase-rainha egípcia Ahmanet (a atriz argelina Sofia Boutella).

Mas ela não é a personagem principal. Num filme que tem Tom Cruise no elenco, o protagonista é sempre Tom Cruise. Nesta vez, ele é Nick Morton, um militar que passa o tempo saqueando tesouros no Iraque. Sua conduta levemente amoral é essencialmente a única coisa que diferencia Morton do Ethan Hunt, de Missão Impossível.

Morton é o responsável por libertar a múmia, não sem antes descobrir, junto com a mocinha Jenny Halsey (Annabella Wallis) que a múmia é amaldiçoada – e que por isso foi sepultada pelos egípcios no Iraque, não no Egito. Os dois, mais o cabo Vail (Jake Johnson), até conseguem sair da tumba e levar o sarcófago, mas acabam perseguidos por uma tempestade de areia, que faz o avião cair em Surrey, na Inglaterra. Ao melhor estilo Missão Impossível, Morton coloca um para-quedas em Jenny e a salva. O mocinho, por sua vez, não morre na queda graças ao poder da múmia.

É quanto entra em cena o dr. Henry Jekyll (Russell Crowe). Ele mesmo, o de O Médico e o Monstro, aquela história em que um médico bondoso e um psicopata maligno compartilham o mesmo corpo. Jekyll aparece como um sujeito que tenta evitar que maldições como essa múmia ameacem a humanidade – e seu laboratório indica que ele já lidou com vampiros e outras criaturas do gênero. Uma espécie de Abraham Van Helsing, o perseguidor do Drácula, só que também amaldiçoado; tem que injetar substâncias para evitar que sua contraparte maligna, Edward Hyde, afloresça.

Juntos, ou talvez não tão juntos, os três tentam impedir que Ahmanet recupere um artefato que foi tomado pelos cavaleiros nas cruzadas (uma mistura histórica). Com isso nas mãos, ela pode dar vida a Set, o Deus egípcio da morte. Em sua cruzada pessoal, a múmia sai beijando todo mundo pelo caminho e transformando todos em zumbis (uma mistura de monstros). O desenrolar do filme mistura ação e um humor às vezes constrangedor. E torna impossível pensar que não seja feito o filme A Múmia 2.