58. Este é o número de cargas roubadas de caminhões em Curitiba e na Região Metropolitana nos últimos dois meses. Parece pouco? Isso dá um total de quase um caso por dia. Só na capital paranaense, a média é de 16 casos por mês.
É um número grande. E muito preocupante. Os transportadores que passam por aqui estão tão assustados com o número de crimes e a falta de uma estrutura policial maior contra este tipo de prática criminosa que sentem que estão sozinhos trafegando pelas estradas não só de Curitiba e da Região Metropolitana, mas de todo o Brasil.
A prática do roubo de carga, infelizmente, continua assustando os transportadores paranaenses, mesmo diante de todas as denúncias e boletins de ocorrência que são realizados com o objetivo de tentar levar a público o problema e diminuir o número de casos. Infelizmente não existe estatística confiável, mas o sabemos é que a situação está cada vez mais crítica.
É preciso agir rapidamente para termos mais tranquilidade para transportar os bens necessários aos brasileiros. Assaltos sempre existiram. Mas a proporção está cada vez maior desde o final do ano passado. Antes de 2011 ocorria um índice de três roubos de cargas por mês na Grande Curitiba. A partir da metade do ano passado os ataques se multiplicaram. A tendência se acentuou em 2012 e os números não param de crescer.
Diante deste cenário, estamos constantemente pedindo uma ação mais bem coordenada e integrada das Polícias Civil, Militar e da Polícia Rodoviária Federal e Estadual, que precisam exercer em conjunto um trabalho de inteligência e investigação para desarticular as quadrilhas. Além disso, é preciso que a Lei 121, conhecida como Lei Negromonte, que criou o sistema nacional de prevenção, fiscalização e repressão ao furto e roubo de veículos e cargas seja regulamentada.
De que adianta ter a Lei se ela não funciona na prática? Aliás, não posso imaginar o motivo da demora para a regulamentação de uma legislação que é deveras importante para o nosso segmento. Qual seria o interesse em prorrogar uma Lei que, entre outros dispositivos, busca dar maior eficiência e eficácia às ações de prevenção e repressão ao roubo de veículos e cargas?
Sem ações efetivas contra este crime, o roubo de cargas acaba sendo estimulado. Por isso, é preciso cobrar uma atenção maior das autoridades competentes no que se refere ao roubo de carga. Precisamos de uma solução imediata e eficaz que garanta mais segurança nas estradas. Desta forma não nos sentiremos sozinhos pelas estradas afora.

Gilberto Antonio Cantú é Presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Paraná (Setcepar)