A construção de Corações Sujos, que deu origem ao filme de Vicente Amorim que estreia hoje, surgiu quando Fernando Morais pesquisava para sua biografia de Assis Chateaubriand. Como bom repórter, formado na escola do Jornal da Tarde, ele entrevistou muita gente, incluindo uma nissei que havia sido amante de Chatô. Ela contou que o havia conhecido quando Chateaubriand intercedeu para libertar seu pai, preso pela polícia política de Getúlio Vargas. Seu pai era comunista, ele perguntou? Não, era coração sujo, ela respondeu. E o que era isso, Morais insistiu? Ela recuou, fechou-se.
Demorou muito até ele descobrir o que e quem eram os corações sujos. Mas ao levantar o véu dessa história desconhecida dos brasileiros e dos japoneses, Morais descobriu o fio do que viria a ser um de seus mais celebrados best sellers – e agora filme. Ele não se envolve na realização, mas o simples fato de estar nesta terça-feira, num hotel da Av. Paulista, em companhia do diretor Amorim, já significa uma adesão. Morais está avalizando o filme. Estou, sim, e digo a todo mundo que veja Corações Sujos.
Uma grande história, um grande elenco internacional, um grande filme? A resposta começa a surgir hoje, com as primeiras respostas do público, e da crítica. Mas a parceria vai continuar Fernando Morais entrega a Vicente Amorim, em breve, o que será o argumento de um próximo filme do diretor.