A coluna Toda Política desta sexta-feira no JE.

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Mente quem diz que Requião não cultiva as suas amizades. Ontem, o governador entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no STF contra a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente que proíbe a importação de pneus usados. A Adin ajuizada por Requião bate direitinho com a reivindicação do empresário Francisco Simeão, dono da BS Colway Pneus, de Piraquara, que recicla pneumáticos e os vende como novos.
O relacionamento amistoso entre o governador do Paraná e o empresário é coisa antiga. Em abril de 2005, Requião foi o garoto-propaganda de um comercial da BS Colway em rede nacional. O fato foi comparado ao de Paulo Maluf que estrelou, na década de 80, uma campanha do sapato 752 da Vulcabrás. Há uma diferença, no entanto. Maluf não ocupava cargo público na época. Requião sim.
A ação ajuizada pelo governador no STF coincide com a chorumela recente de Simeão que acenava com a possibilidade de transferir a sua fábrica para o Paraguai – país que o acolheria e também aos seus pneus velhos.

A intervenção de Requião, portanto, é providencial. E mede o apreço do peemedebista por algumas de suas amizades. Simeão foi um dos doadores de campanha em 2002, quando Requião parecia fadado novamente a ser derrotado nas eleições ao governo. Doou magros R$ 35 mil, suficientes para ganhar a gratidão de Requião. Em 2005, quando o governador viajou à China, Simeão engrossava a alegre comitiva. No retorno, o empresário chegou a considerar o convite para assumir a Secretaria de Indústria e Comércio, na vaga aberta por Luiz Mussi, mas declinou na última hora.
A Adin de Requião combina perfeitamente com o ‘espírito ambientalista’ que grassa no estado desde que ele assumiu o governo, em 2003. Há que se considerar, contudo, que a atenção para com a BS Colway e para com o dono da empresa são incomparáveis. Foi para o amigo, por exemplo, que Requião criou o programa Paraná Rodando Limpo, que estimula justamente os motoristas a utilizarem pneus reciclados. É ou não um privilégio?
Pois ao programa se soma agora, além dos mimos já citados, a Adin que requer, em um de seus itens, a concessão de liminar para suspender imediatamente a vigência da resolução até o julgamento do mérito.
Uma curiosidade: a ministra encarregada de apreciar o pedido será Carmen Lúcia Antunes Rocha, cujas confidências virtuais com o colega Ricardo Lewandowski foram flagradas durante o julgamento do mensalão no Supremo. Que não se “recicle” disso nenhuma insinuação.

Ficou difícil
Em resposta à nota publicada nesta coluna, sábado passado, acerca de um artigo sobre nepotismo o professor da UFPR, Adriano Codato, reconhece que foi hermético.

Agora sim
Diz que contou com poucas linhas e tempo escasso para discorrer sobre um tema tão árido, mas resume assim seu pensamento: “o nepotismo é mais uma expressão do fato dos políticos acharem-se donos do Estado. Para piorar, o mundo político descolou-se da realidade e virou um mundo à parte, com regras próprias e tribunais especiais. Vide o cara de pau Renan Calheiros”. Perfeito.

Vem tunda
O senador e presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati que se prepare. O arremedo que fez, ontem, no Conselho de Ética do Senado mais o epíteto de “boneca” dirigido ao peemedebista Almeida Lima (SE) podem inscrevê-lo no livro do ódio da comunidade gay.

Nem assim
Em tempos de ações politicamente corretas pegou mal a “mão quebrada” do senador diante do sergipano defensor do indefensável: a ética de Renan Calheiros (PMDB-AL).

Tudo bem
Quanto ao “palhaço” e ao “vendido” não há reparos.

Dança da cadeira
Nem bem esquentou o banco no PTB e o pastor José Roberto Sandoval ensaia outra mudança de legenda. Desta vez para o PMDB.

Do céu, mas nem tanto
A aliados diz que atende pedido de membro destacado da Assembléia de Deus. Nada mais nada menos que Vanderlei Iensen, chefe de gabinete de Requião.

ARREMATE
Atenção, não importa o que digam por aí, o Porto de Paranaguá não se encontra no ranking dos 120 maiores portos do mundo em movimentação de containers. Santos (SP) figura em 39º lugar e Itajaí (SC) em 113º.

OBLADI-OBLADÁ
Apelidado de “pomposo” pelos colegas, o vereador e presidente da Comissão de Constituição e Justiça do legislativo municipal, Roberto Hinça (PDT) vai ao encontro do secretário Rui Hara (Governo) para discutir vetos aos seus projetos. *** Ensaia um toma-lá-dá-cá. Espera mais condescendência da prefeitura e promete ser também mais condescendente. *** Para mostrar que não está brincando, devolveu uma mensagem do prefeito que cria 156 cargos e extingüe 172 na FAS.