RODRIGO SALEM
ORLANDO, EUA (FOLHAPRESS) – O ator Mark Hamill tomou o palco da Star Wars Celebration, na noite desta sexta-feira (14), para celebrar a colega de filmagens e amiga Carrie Fisher, morta em dezembro passado. “Esse é um painel que não esperava fazer por mais 30 anos”, disse Hamill bastante emocionado, no início do tributo.
Apesar da perda recente da eterna Princesa Leia, o clima no auditório lotado não era de tristeza. “Ela deveria estar aqui, merecia estar aqui. Não consigo falar sobre ela no passado. Carrie gostaria que estivéssemos felizes e não sofrendo com o luto”, pediu o ator. “Ela está aqui entre nós. Provavelmente, mais forte que nunca.”
No melhor espírito debochado de Carrie Fisher, Hamill passou a contar vários causos sobre sua colega de “Star Wars”. Ele falou que conseguiu organizar um jantar com ela em Londres, antes de começarem a fazer cenas juntos. Como ele era desconhecido na época, ele decidiu trocar de lugar com o assistente de direção que dirigia o carro para brincar com a atriz. Não deu muito certo. “Em 30 minutos, ela contou histórias sobre seus pais que eu não contaria em dez anos. Ela nem notou a brincadeira”, contou Hamill.
O ator revelou que ele e Carrie “deram um amasso” durante as filmagens de “Star Wars” (1977), mas que sempre terminavam rindo. “Algo que mata qualquer, digamos, paixão”, brincou o dono do papel de Luke Skywalker. “Eu não queria dividir Carrie com Harrison [Ford] ou qualquer outra pessoa. Mas não conseguiria namorá-la. Ela era demais para mim.”
Hamill lembrou das filmagens de “O Retorno de Jedi” (1983), quando os dois precisaram fazer uma sequência com “motos voadoras”. Carrie apareceu no set lendo livros de filosofia e marcando cada frase interessante. “Eu sabia que ela tinha tabloides sensacionalistas no trailer, então perguntei: ‘Por que você trouxe livros de filosofia para o set, Carrie?’. Ela respondeu: ‘Porque quero que as pessoas me achem inteligente”, recordou o ator, para deleite da plateia.
O único momento que a tristeza chegou a dominar o tributo foi quando Mark Hamill, com voz embargada, leu um texto que escreveu na época da morte de Carrie Fisher e fez mais uma confissão. “Seria fácil ser consumido pelo luto hoje. Não tem uma noite em que não vá para a cama e não pense nela”, confessou Hamill. “Vejo ela olhando lá de cima, da estratosfera celestial com aqueles olhos castanhos e amavelmente ela estira o dedo médio para mim. Essa era Carrie.”