O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda prestou depoimento, na noite desta sexta-feira (2), na Procuradoria Regional da República da 1ª Região. De acordo com informações preliminares, ele foi conduzido à força ao local pela Polícia Federal, pois já havia faltado a outras duas convocações para o depoimento.

O depoimento foi tomado pelo procurador Ronaldo Albo, encarregado de conduzir investigações sobre o envolvimento da promotora Deborah Guerner no mensalão do DEM no DF. A promotora era braço direito do procurador-geral de Justiça do DF, Leonardo Bandarra, e os dois foram acusados por Durval Barbosa, pivô da crise no DF, de receberem dinheiro do grupo de Arruda para protegê-lo em investigações em curso no Ministério Público do Distrito Federal.

Arruda é acusado de chefiar o esquema do mensalão do DEM. Segundo o delator do mensalão, Durval Barbosa, Bandarra teria recebido mais de R$ 1,6 milhão, além de mesada, para interferir no Ministério Público e impedir investigações sobre os contratos do lixo. E Deborah seria a intermediária da negociação. Um das conversas, segundo depoimento de Barbosa, foi feita na sauna da casa da promotora. Os conselheiros viram indícios “graves” de participação dos dois no mensalão do DEM.

Durante busca e apreensão, a Polícia Federal encontrou cerca de R$ 280 mil enterrados no quintal da promotora ao lado de discos rígidos e CDs. A operação foi realizada a pedido do Tribunal Regional Federal da 1ª Região para levantar documentos sobre os contratos de limpeza urbana do governo do Distrito Federal, mais uma frente de apuração do esquema do mensalão do DEM.