No mundo dos vestibulandos, em uma idade já cheia de inseguranças, fazer uma escolha definitiva para a carreira profissional pode estar mais relacionada ao medo de assumir o que se quer do que à indecisão. Escolha é amadurecimento, crescimento pessoal, que varia de pessoa para pessoa.

A tomada de decisão deve ser individual, o que causa medo aos jovens que ainda não se acostumaram com essa posição de controle. É papel dos pais deixar que os filhos façam as próprias escolhas desde pequenos, conversar muito, observar tendências (se a criança gosta de desenhar ou escrever, por exemplo) e apontar direções. Não adianta os pais imporem os próprios sonhos. Se você fizer o que gosta, vai correr atrás e praticar e, se não, vai se tornar um estudante muito teórico ou acabar desistindo do curso. É por isso que, na escolha da profissão, as preferências pessoais devem estar acima das condições do mercado de trabalho, que mudam rapidamente.

Adiar essa decisão não é uma boa ideia, porque prejudica o estado psicológico. Este é o momento de escolher, infelizmente.  Você vai acertar ou vai errar, mas vestibular tem todo ano. Além disso, a decisão pode ser comparada a um casamento: deve haver paixão e afinidade; porém, esses sentimentos podem ser intensificados depois da escolha. Às vezes, mesmo depois de formado, o profissional se questiona se tomou a decisão certa ou não, mas, com o tempo e a prática, acaba aprendendo a gostar mais, sentindo-se seguro em relação à escolha.

O mais importante é ter aptidão e afinidade com a profissão escolhida.

 

Izabel Fujita, psicóloga escolar e diretora pedagógica do curso pré-vestibular Apogeu.