Divulgação – “Deadpool (Ryan Reynolds) faz grau00e7a no colo de Cable (Josh Brolin): u201cirmu00e3osu201d opostos”

Por incrível que pareça, ‘Deadpool 2’, que estreia nesta quinta-feira (17) em Curitiba, é um filme-família. Ao estilo Deadpool, claro. O mercenário tagarela que não pode morrer já foi retratado em um filme de 2016 que, de tanta violência, piadas sujas, palavrões e cenas de sexo (quase explícito), teve classificação restritiva para menores de 18 anos. A sequência segue a fórmula à risca, mas sem cenas de sexo. E seu grande mérito é trazer á telona uma espécie de “irmão oposto” de Deadpool: Cable.
Nos quadrinhos, Cable e Deadpool muitas vezes dividem a cena e até o título de um gibi da Marvel (‘Cable/Deadpool’). São contraponto um do outro. Deadpool (Ryan Reynolds, que repete o papel) é tagarela, intuitivo e aposta em sua habilidade com espadas japonesas. Já Cable (Josh Brolin) é sisudo, calculista e lida com uma tecnologia bélica inexistente nos dias atuais. 
A primeira aparição de Cable em cena nem parece fazer muito parte do contexto da história. Sua origem não é explicada no filme; seu braço mecânico e seu olho biônico, também não. Ele apenas salta de um futuro distante e distópico e vai parar em 2018. Exatamente num tempo em que Deadpool está com a cabeça virada por causa de um problema familiar, o que o levou a se juntar aos X-Men. Em sua primeira missão com os mutantes, ele tem que impedir um adolescente obeso, Russell (Julian Dennison), que pretende usar seu poder de fogo (literalmente) para ameaçar um monte de gente. Se fosse o Capitão América, tudo terminaria bem. Mas é o Deadpool. Ao querer salvar o jovem, ele acaba matando sem querer querendo alguns dos que estavam sendo ameaçados. E por isso acaba detido junto com o adolescente em uma prisão especial para mutantes. Para piorar, o jovem que acompanha Deadpool é exatamente a pessoa que Cable diz que precisa matar. Os acontecimentos subsequentes, claro, forçam uma aliança entre os dois irmãos opostos. 
Além de Deadpool, o filme traz alguns personagens que estiveram no longa anterior, como a namorada do tagarela, Vanessa (Morena Baccarin), o taxista Dopinder (Karan Soni), a jovem mutante Megasonica (Brianna Hildebrand), a vovó cega (Leslie Uggams) e o cromado Colossus (voz de Stefan Kapicic). Além de Cable, as novidades são a presença da mutante Domino (Zazie Beetz), a formação do X-Force e aparições-relâmpago do Professor Xavier e do Fera, além de pontas dos atores Brad Pitt e Terry Crews e da revelação de um vilão praticamente inexplorado no universo dos X-Men. 
O primeiro filme de Deadpool tinha uma linguagem diferenciada da grande seara de filmes de heróis – e adequada ao personagem dos quadrinhos. E abusava da metalinguagem, na qual o herói conversa diretamente com o espectador. Na ânsia de repetir o antecessor, ‘Deadpool 2’ não guarda muitas surpresas. Mas diverte ao fazer piadas em cima de Superman, Batman, Wolverine, Lanterna Verde e X-Men, entre outros. Ainda faz citações descaradas a filmes clássicos que mexem com a viagem ao tempo, como ‘De Volta para o Futuro’ e ‘O Exterminador do Futuro’. De brinde, ainda traz ataques ao racismo, à discriminação de gênero e ao bullying de adolescentes. Afinal, é um filme-família. Ainda que ao estilo Deadpool. 

 


Brasileira fala sobre o seu papel no filme

Segurar o desbocado Deadpool, vivido pelo ator Ryan Reynolds, é uma missão que só uma pessoa consegue cumprir, a personagem Vanessa, papel da brasileira Morena Baccarin, que retorna no segundo filme solo sobre o anti-herói, conhecido nos quadrinhos, dentre outros nomes, como Mercenário Tagarela.
“Vanessa tenta segurar, mas é difícil até para ela”, ri Morena, de 38 anos, em entrevista ao ‘Estado de S.Paulo’. Filha do jornalista Fernando Baccarin e da atriz Vera Setta, ela foi morar nos EUA ainda criança. Lá, começou a ficar conhecida por papéis na televisão, com participações em séries como ‘The O.C’. e ‘How I Met Your Mother’, e como a protagonista da série ‘V’, entre 2009 e 2011. Por sua participação em Homeland, concorreu ao Emmy de melhor atriz coadjuvante em série de drama, em 2011. O primeiro filme do anti-herói, em 2016, serviu para estabeleceu de vez seu nome em Hollywood.
Em Deadpool, Vanessa é o grande amor de Wade Wilson, a identidade por trás do Mercenário. Com ela, neste novo filme, o personagem sonha em ter uma família, por mais incrível que isso possa parecer — as primeiras piadas giram em torno de ter um filho e das dúvidas sobre o nome. “Vanessa e Wade estão tentando levar a relação para a próxima etapa”, revela Morena, que diz que a sua personagem é o “coração” da história, em meio a tanta ação e comédia. “Eles querem formar uma família. Mas, claro, no filme não dá tudo certo.” 
A atriz demonstra grande empolgação em atuar com Ryan. “Ele é o Deadpool. Infelizmente”, brinca. “É gostoso fazer o filme com ele, trabalhamos bem juntos e ele tem ideias ótimas.” Questionada se a convivência com o colega a deixou piadista na vida real, ela confirma. “Com certeza, não tem como não ficar.”