A crise só vai começar a ser sentida pelo varejo a partir de janeiro de 2009. Antes disso, a perspectiva permanece otimista para o setor, afirma o Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar-FIA).

“A crise chega ao consumidor em um período em que a economia brasileira tem condições de postergar alguns ajustes, pois é final de ano, período em que tradicionalmente as pessoas têm mais disponibilidade de renda”, afirma o presidente do instituto, Cláudio Felisoni. “Mas, obviamente, esses aspectos devem se mostrar a partir de janeiro, quando houver uma restrição maior na disponibilidade de crédito e quando há um grande acúmulo de gastos”, acrescenta.

O problema pode ser, a partir de janeiro, um aumento mais acentuado na inadimplência, explica o coordenador de cursos do Provar, Marcos Luppe. Segundo ele, o brasileiro ainda não adquiriu a cultura de planejar seus gastos em um ambiente de estabilidade econômica e pode enfrentar dificuldades no início do ano por conta da restrição de crédito e pelos gastos realizados neste final de ano.
Além disso, com a crise, as empresas varejistas tenderão a se tornar mais restritivas em relação ao crédito. Assim, embora as pessoas possam até ter a intenção de consumir, podem não chegar a concretizar as compras por falta de condições para contratar um financiamento, explica Luppe.