O anúncio do novo secretariado municipal de Curitiba provocou uma agitação incomum nos meios políticos paranaenses, que normalmente fica quase que totalmente parado nesta época de festas de fim de ano. A ascensão de figuras como o ex-ministro Alceni Guerra e o ex-deputado Marcos Isfer ao primeiro escalão do poder na Capital foi interpretada como um movimento que reforça a estratégia do prefeito Beto Richa (PSDB) para assumir uma posição decisiva nos rumos da sucessão estadual.

Beto continua mantendo cautela quando é questionado sobre uma cada vez mais provável candidatura ao governo do Estado em 2010. Mas o próprio Alceni Guerra confirmou que sua missão será fazer a articulação política do prefeito no interior do Estado, em Brasília e até no exterior.

As declarações do novo secretário de Planejamento de Curitiba provocaram ainda mais inquietação no grupo do senador Osmar Dias (PDT), que não esconde a preocupação com o risco de rompimento da aliança com o PSDB do prefeito Beto Richa para 2010. Já os adversários, entre eles o PMDB do governador Requião, e o PT do presidente Lula, apostam justamente no “racha” da frente de oposição para sustentar suas esperanças de manter o poder no Estado.