Me perdoem os pais, mas a minha homenagem no Dia dos Pais vai para as “pães”. Sim, as mães que são também pais e durante 24 horas, não uma horinha ou outra.

As “pães” se desdobram para sustentar e cuidar dos filhos sozinhas ou praticamente sozinhas. A maioria é separada ou nem chegou a ter um companheiro, mas há algumas que mesmo casadas são sós na missão de criar os filhos. São elas que ficam madrugadas acordadas para cuidar, dar remédio, correr para o hospital, costurar o uniforme, pagar todas as contas, comprar roupas, ir ao mercado.  São elas também que fazem a lição de casa com seus pequenos ou grandes, correm para comprar aquela cartolina de última hora, estão sempre com os ouvidos abertos para os dramas juvenis com atenção e sempre tiram da cartola mágica as palavras certas para acalmar os filhos.

As “pães” são mestras em logísticas: conseguem, por exemplo, trabalhar oito horas e mesmo assim levam os filhos ao médico, nas festas, na dança, na fonoaudióloga, tudo ao mesmo tempo. Também conseguem fazer um almoço delicioso à meia-noite com olhos já cansados e montar uma festa inteira de aniversário em uma madrugada.

Essas mulheres precisam ter o pulso mais firme que todas as mães e pais, porque se algo der errado ainda são apontadas por uns e outros como irresponsáveis. Estão sempre sob a vigilância de alguém.

As “pães” muitas vezes dormem chorando escondido por acreditarem que não vão dar conta de mais uma semana, um mês, um ano, das vidas de seus filhos, mas como num milagre acordam mais fortes.

Não é fácil ser uma “pãe”. Exige energia, requer força, organização, otimismo. Mas elas são movidas pelo amor mais intenso que alguém pode sentir, um amor que vale por dois, cem, mil.

Escrevo tudo isso com a experiência de ser a terceira geração de “pães” da minha família e com um orgulho danado destas mulheres lindas e fortes que me trouxeram até aqui.

 

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