DEU NO JORNAL DA GLOBO (aqui)

O presidente Lula disse ontem, em Pernambuco, que foi a oposição a responsável pela derrubada do ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, personagem central do escândalo do mensalinho.

“Eu estou vendo um homem ali, o Severino, que foi presidente da Câmara. E ele foi eleito presidente da Câmara porque a nossa oposição queria derrotar o governo achando que o Severino ia ser contra o governo. Pois bem, elegeram o Severino. Não levou muito tempo, eles perceberam que o Severino não era oposição ao governo. Eles trataram de derrubar o Severino com a mesma facilidade que o elegeram e, certamente aquela parte da elite paulista ou do Paraná que te convidava pra fazer palestra toda semana, pra falar mal de alguns projetos, hoje, se te encontra na rua, não cumprimenta e eu continuo tendo o mesmo respeito hoje que eu tinha por você há muito tempo atrás porque a relação humana não é feita apenas de um momento”

A vitória de Severino à presidência da Câmara, que o presidente Lula atribuiu à oposição, aconteceu numa disputa em que a base governista se dividiu entre dois candidatos: Luiz Eduardo Greenhalg e Virgílio Guimarães, ambos do PT.

Cinco meses depois da eleição, o empresário Sebastião Buani, dono de um restaurante que funcionava na Câmara, fez uma denúncia:

Teria sido vítima de extorsão por Severino Cavalcanti que, segundo Buani, cobrava propina mensal para autorizar a o funcionamento do restaurante. Os pagamentos somaram R$117 mil.

O episódio ficou conhecido como mensalinho e provocou reação de parlamentares de vários partidos.

Severino negou as acusações, mas em 14 de setembro Sebastião Buani apresentou o que seria a prova do pagamento de propina: a cópia de um cheque de R$7,5 mil assinado por uma assessora do deputado.

Embora o presidente Lula tenha dito que a oposição derrubou Severino, o deputado não foi cassado, renunciou para não perder os direitos políticos.

Em 2006, Severino tentou se reeleger pelo Partido Progressista, mas teve apenas 53 mil votos contra 80 mil da eleição anterior e não conseguiu uma vaga na Câmara. Hoje é primeiro suplente de deputado federal.