Nos últimos meses Araucária tem sofrido uma queda considerável na coleta de materiais recicláveis pela Associação de Materiais Recicláveis do Município. Diversos fatores estão contribuindo, como a crise financeira que segura um pouco o consumo e a falta de separação dos itens, com o descarte nos dias de coleta seletiva. Mas a principal constatação da Secretaria de Meio Ambiente (SMMA) é uma maior incidência de atravessadores clandestinos, que passam um pouco antes da coleta oficial da cidade que leva os itens para o Centro de Processamento e Transferência de Materiais Recicláveis (CPTMR).

O recomendado é que quando alguém se deparar com algum caminhão fazendo a coleta irregular, denuncie na Secretaria de Meio Ambiente, fornecendo detalhes do local onde foram retirados os itens, horários e características dos veículos. O telefone é o 3614-7480. Fora dos horários comerciais a denúncia pode ser feita diretamente para a Guarda Municipal pelo telefone 153.

Na maioria das vezes a coleta clandestina é feita por caminhões grandes, que passam preferencialmente de madrugada para recolher os materiais sem que ninguém veja e denuncie. Alguns caminhões possuem inclusive placas falsas. A estimativa da SMMA é que essas coletas estejam ultrapassando a quantidade de itens recolhidos pela Prefeitura. E os problemas ocasionados por isso são vários. Como o objetivo desses caminhões é apenas que o negócio seja rentável, eles separam apenas os itens de maior valor e descartam o restante em terrenos baldios e em áreas abertas perto de córregos. Além dos danos ambientais que isso ocasiona, atrai animais e cria condições para o desenvolvimento de mosquito da dengue.

 

 

De acordo com a SMMA, os grandes atravessadores vêm de outros municípios da região pegar os materiais e vão embora deixando os prejuízos para os moradores de Araucária. “Nosso problema não é com os carrinheiros, que fazem uma pequena coleta de materiais. E sim com esse comércio de grupos maiores. Não podemos ser coniventes com a situação”, comenta o secretário de Meio Ambiente, Vitor Cantador.

A orientação para os carrinheiros é que inclusive façam parte da Associação de Catadores do município, para que tenham mais estrutura no trabalho diário, obtenham mais qualidade de vida e possam participar do rateio com os outros associados, com segurança, favorecendo o manejo adequado e destinação consciente dos materiais.

Dentro da lei
Para que a coleta de materiais seja realizada de maneira legal, é necessário um alvará de coleta e de transporte para esse fim. E esse empreendimento só poderá recolher de indústrias e de comércio, não dos moradores em geral. A multa para quem é pego executando essa atividade de maneira irregular varia de acordo com a capacidade do caminhão, podendo custar entre R$5 mil e R$30 mil.

Redução
Em outros momentos a Associação de Catadores de Araucária recebia 120 toneladas de materiais recicláveis. Ultimamente a média mensal coletada não chega a 80 toneladas. Pela queda de materiais e consequentemente no rendimento financeiro, o número de cooperados na associação caiu de 48 para 28. Se a situação continuar assim, a manutenção da associação ficará cada vez mais inviável.