O prefeito Marcelo Roque se mostrou bastante preocupado com a infestação do mosquito Aedes aegypti em Paranaguá, durante solenidade de abertura do Dia D de vacinação contra a dengue, na manhã de quarta-feira (8). Segundo ele, o risco de a cidade sofrer uma nova epidemia da doença neste verão é alto. Por conta disso a Prefeitura vai tomar medidas enérgicas a partir desta quinta-feira, com aplicação de multas aos proprietários de imóveis onde forem registrados focos do mosquito Aedes aegypti.

 

 

“Vamos falar o português bem claro. Não tem que esconder nada de ninguém. Estamos na eminência de ter uma epidemia novamente no município. Não adianta tapar o sol com a peneira. Não adianta esconder. Tem que deixar bem aberto. Há grande possibilidade de ter uma epidemia novamente. Essa é a minha preocupação. E acho que de todos aqui”, declarou o prefeito Marcelo Roque.

O evento ocorreu no Instituto ParanaguáPrevidência e reuniu secretários municipais, superintendentes, além de representantes da Câmara Municipal, Polícia Militar, Capitania dos Portos do Paraná e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O Dia D para aplicação da segunda e terceira doses da vacina da dengue nesta quarta-feira (8) em Paranaguá. Os postos de saúde ficarão abertos até 22h para vacinar as cerca de 31 mil pessoas que ainda faltam. Isso porque o índice de aplicação está bem abaixo do esperado, sobretudo para a segunda dose.

Dados levantados pelo Departamento de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde e Prevenção (Semsap), até 11h25 desta quarta-feira, apontam que somente 28,48% do público alvo foi imunizado com a segunda dose, num total de apenas 6.648 pessoas, quando o esperado era de 23.340.

Para a terceira dose o índice está melhor, mas abaixo da meta de 80%. Foram vacinadas até agora 26.726 pessoas, o que representa 64,66%, mas o estabelecido é 41.334.

As ações para combater à dengue estão sendo tomadas pela administração atual desde o período de transição, em outubro de 2016, lembrou o prefeito Marcelo Roque. Ele determinou várias frentes, como conscientização e remoção de criadouros nos bairros, com aplicação de inseticida por meio de bomba costa, com equipes próprias de agentes de endemias. Também solicitou ao Governo do Estado a aplicação de fumacê. Desde agosto estão sendo realizados, sempre às quintas e sextas-feiras, mutirões nos bairros que envolvem cerca de 300 pessoas, incluindo também secretários municipais e outros cargos comissionados.

“Infelizmente tudo isso não tem surtido muito efeito. Nosso povo está acomodado, acha que não tem problema nenhum. E esquece de janeiro de 2016, quando tivemos epidemia e mortes. E 50% das mortes no Paraná ocorreram em Paranaguá. Minha preocupação é imensa”, completou o prefeito Marcelo Roque, que para a ação de novembro determinou um reforço maior também de equipes das secretarias municipais de Obras Públicas e Meio Ambiente.

A superintendente de Vigilância em Saúde da Sesa, Júlia Cordelini, destacou a importância da união de esforços e parabenizou tanto a Prefeitura de Paranaguá como o Governo do Estado pelas ações que vem sem realizadas. Entretanto, também salientou a co-responsabilidade do combate ao Aedes Aegypti para a população. “Esse é um problema de todos e cada um tem que fazer a sua parte. Uma epidemia é uma situação muito complicada”, alertou a representante.

O secretário municipal de Saúde, Paulo Henrique de Oliveira, também destacou o esforço que vem sendo feito para combater o Aedes Aegypti e lamentou que a população não tenha entendido a importância das ações. “Não temos mais como manter a situação dessa forma. Como bem alertou o prefeito Marcelo Roque estamos na eminência de termos uma epidemia. Não queremos que nossa cidade venha a sofrer novamente com mortes e milhares de pessoas doentes. A prevenção é a nossa melhor arma contra esse problema”, salientou o secretário.