No Dia Mundial da Saúde, comemorado amanhã, a Associação Médica do Paraná (AMP) faz um alerta sobre a qualidade do atendimento médico no País — a insuficiência de vagas de especialização para os profissionais de Medicina pode sucatear a profissão. O Brasil possui hoje 167 escolas de Medicina, que formam cerca de 18 mil alunos por ano. Destes, apenas 40% conseguem uma vaga na residência médica — que é a pós-graduação do médico, a etapa em que ele prepara-se para atender em sua especialidade.

“Ou seja, temos um cenário em que mais da metade dos médicos que se formam não conseguem sequer um lugar na residência. E, mesmo assim, estão habilitados — e nem sempre suficientemente capacitados — para atender em consultório”, diz o presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), José Fernando Macedo, que, assim como a Associação Médica Brasileira, vem alertando para o problema há tempos.
A conseqüência deste cenário pode ser percebida também na situação de municípios do interior dos estados, por exemplo.

Algumas cidades vivem o drama da falta de médicos, embora haja um excesso de formados. Macedo explica que isso ocorre porque os profissionais que não conseguem a devida qualificação não se sentem capacitados o bastante para enfrentar o desafio de atender em uma cidade com menos recursos, poucos equipamentos ou sem corpo clínico auxiliar.
A idéia da AMP é de, se preciso, entrar na Justiça para fazer com que o governo desperte para essa situação e, ao invés de permitir a abertura de escolas de Medicina, passe a exigir das instituições o compromisso de oferecer também vagas de especialização.