O vereador Chico do Uberaba (PMN), que no início da semana queixou-se de estar pagando para trabalhar, apesar de receber um salário mensal de R$ 15,1 mil, além de outros benefícios, divulgou hoje nota pedindo desculpas à população por ter se expressado mal. Ele alegou que seu gesto foi feito no momento em que estava lutando contra mais um gasto de verba pública, já que a Câmara Municipal de Curitiba estaria estudando gastar mais de R$ 200 mil reais por ano em cursos para os funcionários da Casa.

Indignado
Não quis reclamar do salário líquido de R$ 11.400,00 que recebo mensalmente. Eu reconheço que é um salário muito bom. Recentemente, eu levei à Câmara uma proposta de convênio com o Instituto Federal Paraná, para permitir a qualificação dos funcionários da Casa. O material não foi levado a diante. Agora, alguns vereadores querem gastar mais de R$ 200 mil reais por ano em cursos para os funcionários da Câmara, afirma o parlamentar. Indignado e protestando, me expressei mal. O que eu pretendia era chamar a atenção dos outros vereadores para o fato de que, se sobra dinheiro, que seja investido em atendimento à população, diz ele.

Coragem
Não fui eleito por ser filho de político famoso. Não fui eleito por ser filho de apresentador de programa de tv. Lamento profundamente que poucos vereadores tiveram a coragem de se posicionar contra mais esse gasto desnecessário, afirma o vereador. Além do salário, cada vereador curitibano tem direito a selos para correspondência, sete funcionários e dois estagiários, e carro com 200 litros de gasolina mensais.

Complô
Em entrevista ao portal UOL, o governador Beto Richa (PSDB) atribuiu a onda de denúncias contra ele a um complô do PT para abafar o escândalo da Petrobras. Estou enfrentando com coragem toda essa armação política, a divulgação dessas acusações, delações premiadas que nem podiam ser divulgadas. Existe um complô político para desviar o foco dos escândalos de corrupção que envergonham o Brasil. É mensalão, é petrolão. (…) Querem me arrastar para o mar de lama onde eles estão atolados, alegou o tucano.

Foco
Richa também responsabilizou os adversários políticos pela greve dos professores, que já dura um mês. O sindicato é comandado pelo Partido dos Trabalhadores, que conseguiu, momentaneamente, desviar o foco das denúncias do petrolão, das denúncias de mensalão. Eles querem me arrastar para o mar de lama em que eles estão hoje.

Propina
O desembargador Marcelo Guimarães Rotoli de Macedo, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ-PR), decidiu pelo prosseguimento do processo que apura indícios de superfaturamento e pagamento de propina em uma licitação para a construção de um prédio anexo do Tribunal de Contas (TCE-PR), investigado pela operação Castelo de Cartas, do Ministério Público. O caso veio à tona em 2014, depois que o ex-coordenador do TCE, Luiz Bernardo Dias Costa, foi preso em flagrante saindo da sede da empreiteira Sial, que venceu a licitação, com R$ 200 mil que seriam fruto da propina cobrada para favorecer a empresa. O processo havia sido suspenso sob a alegação da defesa de que as provas teriam sido obtidas através de escutas telefônicas ilegais. Segundo o MP, a empresa pretendia pagar R$ 2 milhões em troca do contrato de R$ 36,4 milhões.