Diego Aguirre foi demitido do Santos (foto: Raul Baretta / Santos FC)

Durou somente cinco jogos a passagem de Diego Aguirre no comando do Santos. O treinador uruguaio não resistiu à derrota por 3 a 0 para o Cruzeiro, na Vila Belmiro, quinta-feira, e acabou demitido nesta sexta. Ele é o terceiro comandante dispensado na gestão do presidente Andres Rueda somente em 2023. Antes, caíram Odair Hellmann e Paulo Turra.

“Por decisão do Comitê de Gestão e da coordenadoria de futebol, o técnico Diego Aguirre não comanda mais o time profissional do Santos Futebol Clube. O treinador foi comunicado da decisão pelo coordenador técnico Alexandre Gallo, na tarde desta sexta-feira. Também deixam os cargos os auxiliares-técnicos, Juan Verzeri e Juan Andres Iraola, e os preparadores físicos Fernando Piñatares e Ignácio Piñatares.

O Santos FC agradece os serviços prestados e deseja boa sorte em novos desafios”, informou o clube. “Na partida diante do Bahia, na segunda-feira, Marcelo Fernandes comanda o time interinamente.”

Assim como seu antecessor, Aguirre não teve muito tempo para trabalhar no clube. Turra foi demitido após sete jogos. O uruguaio caiu antes, após derrotas para Fortaleza (4 a 0), Atlético-MG e América-MG (ambas por 2 a 0) e para o Cruzeiro (3 a 0). O único momento de felicidade no clube foi nos 2 a 1 em virada buscada no fim contra o Grêmio.

Bastante abatido na coletiva após o revés duro para o Cruzeiro, na Vila Belmiro, Aguirre já parecia prever que não teria futuro longo no clube. Apesar de descartar entregar o cargo, assumiu que o trabalho, “o mais difícil da carreira” de 21 anos como treinador, não estava rendendo.

“Não tenho problemas de reconhecer que as coisas não estão como imaginávamos. Não conseguimos buscar o empate, tomamos três gols e tudo foi muito difícil”, disse, na coletiva. Não admitiu, contudo, que o problema pelo baixo rendimento fosse somente da comissão técnica. “Todos somos culpados.”

Aguirre chegou ao Santos com a dura missão de resgatar o futebol do time. Além de acertar com um clube na zona de rebaixamento, tinha algumas missões, como acertar o setor defensivo, que vinha de oito jogos seguidos sofrendo gol. Não conseguiu e agora são 13 partidas com a defesa sendo vazada de maneira consecutiva.

Também não conseguiu acertar o sistema ofensivo, um dos piores do Brasileirão com apenas 21 gols marcados. Sob sua direção, o time só foi às redes contra os gaúchos. Do mais, pouco trabalho aos goleiros adversários. O esquema que não deu certo contra o Cruzeiro acabou com a paciência da direção e também dos torcedores, que o chamaram de “burro” na substituição de Marcos Leonardo.

O técnico optou por barrar Lucas Lima diante do Cruzeiro e, com a suspensão de Soteldo, acabou sem armadores. Jean Lucas foi adiantado para a posição e nada fez nos 45 minutos iniciais contra os mineiros. Acabou substituído por Furch no intervalo. O time ficou com quatro homens na frente e carente de um meia. O treinador se rendeu ao ex-titular somente quando levou 2 a 0 e já não tinha mais forças para reagir.