SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Era início de 2017 quando o Corinthians, indeciso se Jadson conseguiria deixar a China, se preparava para contratar Wagner. A história nunca veio a público, mas o hoje jogador do Vasco chegou a fazer treinamentos físicos no CT Joaquim Grava, acompanhou a um jogo na Arena Corinthians sem ser notado e, quando imaginou que assinaria seu contrato, viu os dirigentes corintianos adotarem um caminho surpreendente.

Tudo porque, nesse meio tempo, Jadson surpreendeu: fez um acordo para sair do Tianjin Quanjian-CHN em que deixou uma quantia financeira para trás, também cedeu ao Corinthians depois de pedir três anos de contrato, e assinou por dois. Com a promessa de Fábio Carille de que seria importante no novo grupo, voltou para ser campeão brasileiro, bicampeão paulista e chegar a 16 conquistas na carreira. Wagner, que tinha acordo verbal, acabou preterido e assinou com o Vasco.

Recentemente, Jadson fez a história se repetir. Financeiramente realizado após mais de sete temporadas na Ucrânia, além de um grande contrato na China, fechou com o Corinthians e, nos últimos dias, assinou até dezembro de 2020. Se neste ano seu salário é de R$ 450 mil mensais, o maior do elenco de Osmar Loss, a renovação foi feita com uma concessão da parte do jogador de 34 anos, que passará a receber R$ 325 mil, quase um terço a menos.

“A diretoria explicou a situação do clube. Falou que poderia pagar tanto, e eu acabei aceitando porque sou feliz aqui com o Corinthians e não tenho planos de sair do país. Quero continuar aqui, conseguir títulos, independente da situação financeira. O importante é você querer jogar no clube, não importa se vai diminuir o salário”, explicou Jadson recentemente.

Entre os fatores para ficar, pesam não apenas o carinho pelo clube e sua adaptação ao dia a dia no CT Joaquim Grava, onde é um dos líderes. Mas também a vida pessoal, com a esposa e os filhos integrados à vida em São Paulo depois de muitos anos na Ucrânia e na China. Esportivamente, ele tem a Libertadores como o último título que gostaria de acrescentar à galeria. Mas, por enquanto, o discurso não é o de aposentadoria.

“O tempo de parar depende de lesões, da forma de jogar, se você não está em alto nível. Uma hora vamos parar, mas vamos ver daqui para frente”, disse, nesta semana, em entrevista ao canal De Sola.

Enquanto isso, o Jota 10, como costuma se intitular nas “resenhas”, faz gols. Sem Rodriguinho, que partiu para a Arábia, tem um concorrente de peso a menos no setor que recebeu o chileno Araos. E Jadson tem marcado bastante: nesta temporada, é o vice-artilheiro, com 10 gols em jogos oficiais. Já é mais que marcou em 2014, o mesmo número que marcou em 2017 e…ainda distante de seu melhor ano no Parque São Jorge: 2015, quando anotou 16 vezes. Restam quatro meses para tentar alcançar esse recorde.