A localidade de Floresta, região mais afetada pelas chuvas que castigaram o Litoral em março, não deve voltar a ser ocupada. Está é a indicação da Minerais do Paraná (Mineropar) que realizou um estudo geológico-geotécnico da área.

O parecer técnico faz um alerta para a gravidade da situação na localidade e informa que há risco habitacional. O estudo foi encaminhado para as prefeituras de Morretes e Paranaguá (onde se localizada a área), Ministério Público do Paraná (MP-PR) e Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística. O documento aponta também a necessidade da revisão dos planos diretores dos municípios para a identificação de áreas seguras para realocação da população da Floresta.

O laudo foi produzido em virtude de um pedido feito pelo Ministério Público para decidir se autorizava ou não a religação da energia elétrica nas propriedades de Floresta. Encaminhamos o documento da Mineropar alertando para os riscos, mas a autorização de ocupação do solo é prerrogativa dos municípios, informa o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Adilson Castilho Casitas.

De acordo com ele, laudo emitido pela Mineropar fornece informações técnicas para orientar a decisão local uma vez que, passada a situação emergencial que pedia a intervenção do Estado, cabe à Defesa Civil dos municípios e prefeituras coordenar a reocupação da área.

O laudo recomenda a realização de reuniões para a conscientização sobre o risco de ocupação do solo e a identificação de outro local para a comunidade habitar.

Por ser localizada em uma planície, a comunidade da Floresta foi atingida por um grande fluxo de detritos (blocos de rocha, areia, argila e troncos de árvores) que se desprenderam das encostas da Serra da Prata – cadeia de montanhas localizada próxima à área – por conta do grande volume de chuva que caiu em um dia.

O evento provocou o assoreamento dos leitos dos rios Jacareí e Tingidor, destruiu plantações, danificou residências e instalações destinadas à atividade agropecuária.

Além dos serviços assistenciais durante esses dois meses, neste momento a Defesa Civil atua como um agente facilitador da situação. Quando necessário acionamos serviços e órgãos para auxiliar as 80 famílias prejudicadas, disse o coordenador regional da Defesa Civil de Paranaguá, tenente-coronel Edmilson Barros.