SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A revista americana “Vogue” endossou a presidenciável democrata, Hillary Clinton, em editorial publicado nesta terça-feira (18). É a primeira vez que a publicação anuncia apoio a um candidato à Presidência dos Estados Unidos. “‘Vogue’ não tem tradição de endossos políticos”, afirma o editorial.

“Os editores-chefes manifestaram sua opinião de tempos em tempos, mas a revista nunca falou com uma voz única em uma eleição. Devido à importância do que está em jogo nesta eleição, e a história que está a ser feita, nós sentimos que isso deve mudar.” “Nós entendemos que Clinton nem sempre foi uma candidata perfeita, mas sua inteligência feroz e considerável experiência estão refletidas em políticas e posições que são claras e esperançosas”, acrescenta o texto.

A candidata democrata leva ampla vantagem sobre seu rival, o republicano Donald Trump, no quesito apoio da mídia. Os jornais “The New York Times” e “USA Today” já publicaram editoriais anti-Trump, assim como a revista “The Atlantic”. A democrata é descrita no editorial do “NYT” como “uma das políticas mais obstinadas de sua geração”, e o republicano, o “pior candidato de um grande partido na história moderna americana”. “Desde o dia em que declarou sua candidatura, 15 meses atrás, até o primeiro debate, Trump demonstrou repetidamente que não tem o temperamento, o conhecimento, a segurança e a honestidade que os EUA precisam dos seus presidentes”, disse o “USA Today”.

Com o título “Contra Donald Trump”, o texto da “Atlantic” diz que o republicano pode ser “o candidato mais ostensivamente despreparado de um grande partido nos 227 anos de história da Presidência norte-americana”. Hillary, por outro lado, observa o editorial, tem o direito de ser levada a sério como uma pretendente à Casa Branca, ainda que tenha falhas. Os casos do “USA Today” e da “Atlantic” chamaram a atenção. Havia 34 anos que o jornal não se posicionava em uma eleição presidencial. No caso da revista, é apenas a terceira vez que ela se posiciona -apoiou o republicano Abraham Lincoln, em 1860, e o democrata Lyndon Johnson, em 1964.