O dado mais preocupante do Relatório Mundial sobre Drogas 2009, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (Unodc), é o número de consumidores de ecstasy entre jovens estudantes do ensino médio, que seria de 3,4% dessa população em 2007. O crescimento do consumo e apreensão de drogas sintéticas colocou o Brasil na 22ª colocação entre os países que já apreenderam esse tipo de droga. Foram 210 mil comprimidos apreendidos em 2007. É o único na América do Sul.

No ano passado, a Polícia Federal descobriu, no Paraná, o primeiro laboratório clandestino no País, o que revelou o início de uma produção local. A maior preocupação da ONU seria com os chamados “usuários problemáticos” – algo em torno de 18 a 38 milhões de pessoas entre 15 e 64 anos. A evidência de que as drogas invadiram a vida dos jovens, incluindo os que estão inseridos em classes sociais mais altas, não se restringe às chamadas “balas” ou drogas do amor, consumidas, em especial, nas baladas.

Outros estudos já mostram que a escalada de crack e cocaína também se deu entre os menores de 18 anos. Um outro problema é que esse tipo de consumo também acaba aproximando a população juvenil da criminalidade. Migrar das estatística de dependente para a de infrator não é um caminho raro de ser percorrido. Pesquisa realizada pela Escola de Enfermagem da USP avaliou 150 meninos da unidade da Fundação Casa de Ribeirão Preto, no interior, e encontrou a relação: do total, 96,7% disseram ter experimentado maconha e 65,3% deles confirmaram o uso de cocaína.