O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou, na sexta-feira (7), intermediar as negociações entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Clube dos 13 e a TV Globo para adequar o calendário do futebol brasileiro ao europeu, possivelmente em 2011.


Em encontro realizado nesta sexta-feira, no Centro Cultural Banco do Brasil, sede provisória da Presidência, em Brasília, Lula combinou com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, a apresentação em 30 dias de um novo calendário para o Brasil e uma série de conversas entre representantes do governo, de clubes e de emissoras de TV para acertar detalhes de datas e o tempo de transição por conta dos contratos de transmissão de jogos.


A mudança, na avaliação de Ricardo Teixeira, reduzirá as transferências de jogadores durante o Brasileirão. O ministro do Esporte, Orlando Silva, que também participou do encontro, disse que os detalhes da alteração serão discutidos a partir de agora. Com isso, os clubes brasileiros entrariam em recesso no meio do ano, entre junho e agosto, assim como acontece na Europa – atualmente, a parada ocorre do começo de dezembro ao início de janeiro.


“Esse assunto é mais complicado do que parece e vai exigir mais conversa para mudar alguma coisa. Mas o nosso calendário pode mudar. Há argumentos favoráveis e contra a mudança no calendário O fato é que algo deve ser feito”, afirmou o ministro. Segundo ele, é preciso um “pacto” envolvendo clubes, emissoras de TV e governo. “Todos têm de sentar à mesa.”


Recentemente, Ricardo Teixeira admitiu a possibilidade de mudar o calendário do futebol brasileiro. Mas ele reconheceu que as alterações esbarram nos interesses comerciais da TV Globo, detentora dos direitos comerciais do Brasileirão. Na ocasião, ele disse também que a atitude envolveria uma série de questões, entre elas, características de determinadas regiões do País.


“Toda vez que tem GP de Fórmula 1 em São Paulo não pode ter jogos. No carnaval do Rio também existe essa dificuldade. Há datas festivas no Nordeste que podem ser obstáculos também”, afirmou Ricardo Teixeira, ao falar das dificuldades para a mudança do calendário.