O papa Bento 16 nomeou na terça-feira um cardeal, três acadêmicos e um especialista em finanças para o conselho da nova agência interna do Vaticano destinada a verificar se o Banco do Vaticano e todos os seus outros escritórios cumprem a lei internacional.

A Autoridade de Informação Financeira (AIF) do Vaticano foi criada no mês passado a fim de garantir que o Banco do Vaticano e todos os outros departamentos do Vaticano adiram às regulações europeias em questões como lavagem de dinheiro e cooperem com as autoridades estrangeiras.

O presidente da AIF será o cardeal italiano Attilio Nicora, atualmente presidente da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA), o departamento que administra os bens e as holdings financeiras do Vaticano.

Entre os membros do conselho estão Claudio Bianchi, professor de contabilidade da universidade La Sapienza; Marcello Condemi, professor de direito da economia da Universidade Marconi; e o professor Giuseppe Dalla Torre del Tempio di Sanguinetto, reitor da universidade Lumsa, todas de Roma.

O outro membro do conselho é Cesare Testa, chefe do departamento da Igreja Católica Romana italiana que gerencia os fundos que pagam os salários dos padres na Itália.

O gerente geral da AIF será escolhido por Nicora e pelos quatro membros do conselho até 1o de abril, quando entrarem em vigor as novas leis estabelecendo a AIF, informou o Vaticano.

O Vaticano divulgou as leis no mês passado para se adequar aos padrões internacionais de transparência financeira e ao combate ao financiamento do terrorismo.

Essa foi a principal iniciativa já tomada pelo Vaticano para cumprir as exigências internacionais para uma maior abertura financeira.

O Vaticano espera que isso assegure a sua entrada na “Lista Branca” da Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OECD), com os Estados que estão dentro dos padrões bancários internacionais.

O Banco do Vaticano ganhou as manchetes em setembro, quando investigadores italianos congelaram fundos no valor de 23 milhões de euros em bancos italianos depois de iniciarem uma investigação sobre suposta lavagem de dinheiro.