Hoje uma das bandas mais promissoras do cenário alternativo de Curitiba, Giovanni Caruso e o Escambau, lança o seu segundo álbum intitulado Ordem e Progresso via Pão & Circo, no Teatro do Paiol. A banda é o projeto do ex-vocalista da Faichecleres conta com a participação de Zo (guitarra), Lolo Quevedo (vocais e percussão), Alexandre Led (teclado) e Ivan Rodrigues (bateria). Se o show seguir à risca o álbum, certamente será um espetáculo imperdível de histórias, sons e performances.

Não que o primeiro álbum da trupe, de 2009, Acontece Nas Melhores Famílias, seja pior. Pelo contrário, o primeiro álbum é perfeito. Mas o segundo vai além da perfeição, por justamente ousar tanto nas letras que, apesar de fiéis ao estilo contador de histórias de Giovanni, estão mais reflexivas e críticas, sem perder o humor, quanto na sonoridade, mais solta e porque não dizer de vanguarda.
 São tantos barulhos e sons que tinham tudo para ser caóticos e acabam perfeitamente colocados. A banda abusou nos arranjos que contam com sopros poderosos, batuques, risadas, pios, máquinas de escrever, despertadores, sons de morcegos (ou algo parecido), outros pássaros, espaçonaves, vinheta do Jornal Nacional e da Globo, batidas de coração e toda tipo de percussão que se possa imaginar. A banda usa e abusa também dos backing vocals marcados pela voz grave e marcante de Lolo, mulher de Giovanni numa produção impecável e na medida. Cada música é uma surpresa com identidade própria, todas ligadas por uma linha tênue, porém cheia de identidade.

Em diversos trechos das músicas, principalmente nas duas primeiras Ordem e Progresso e A Barbada (Dayse $ 5 pilas) é impossível não lembrar dos saudosos Mutantes, que compartilhavam do mesmo maravilhoso caos lúdico musical.  A música que dá metade do nome ao disco Mais circo do que pão mostra a veia política, mas sempre com humor da banda:  E o povo  se aliena, com essa tragicomédia que é feito um sedativo para suas próprias misérias. Quando nos damos conta estamos num picadeira pintados de palhaço rindo de nós mesmo. Quem vai chorar? Quem vai gargalhar? Essa é a mágica. Na faixa 8, Que atire uma pedra, Giovanni lembra os temas polêmicos do Faichecleres, mas de forma lúdica com arranjos que lembram uma tarde de sol. Nesta música, ele fala de sexo, padres e pecados : Parece criança ele deitado ali/fazendo sua festa para se divertir/trancado no quarto ao despencar do sol/brincando sozinho embaixo do lençol/. Após desfrutar do gosto da maçã/do amargo da culpa e os blefes de satã/ se põs de joelhos a se confessar, pois aos olhos de Deus não há o que se ocultar.
Com um repertório desses e um histórico de performances de palco, não há a mínima chance de o show de Giovanni Caruso e o Escambau ser ruim.

Prêmio — Não é à toa que recentemente o grupo faturou dois prêmios nacionais com o clipe da música Dos amores mais vendidos (Melhor Videoclipe Nacional no 3º Festival de videoclipes independentes do Tocantins e o Prêmio Especial do Júri no 8º Curta Santos). Além disso, a ca

nção entrou também na lista das 50 músicas independentes mais importantes da década no site de música Senhor F.
História —Durante dez anos Giovanni foi o vocalista e tocou baixo na banda curitibana Faichecleres, da qual foi inclusive um dos fundadores. Com o grupo, gravou dois álbuns: Indecente, Imoral e Sem-Vergonha (2005) e Calçada da Fama (2007). E foi logo depois do lançamento do segundo disco que Giovanni decidiu deixar o grupo, do qual ainda era o compositor principal. Depois de uma pausa para dedicação à filha, Carmela, junto com a mulher, Lolo, Alexandre Led e Ivan Rodrigues resolveu montar Giovanni Caruso e o Escambau.

Serviço
Lançamento segundo álbum Giovanni Caruso e o Escambau  Ordem e Progresso via Pão & Circo
Local: Teatro Paiol
Quando: Hoje, às 21 horas
Ingresso: R$20