Nos últimos sete meses foram registrados 513 casos de dengue no Paraná. O último boletim sobre a doença, divulgado esta semana pela Secretaria Estadual da Saúde, mostra que de agosto de 2011 até agora  foram registrados 424 casos autóctones (contraídos no próprio território) e 89 casos importados. Somente nas duas últimas semanas, 134 casos autóctones foram confirmados nas regiões de Francisco Beltrão e Toledo. As duas regiões são consideradas endêmicas para a doença.

Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, foram enviados para a região 15 técnicos que auxiliam nas ações de bloqueio e na capacitação dos agentes de endemias. Francisco Beltrão também solicitou a aplicação de UBV pesado (fumacê). Para Toledo, foram enviados técnicos para realizar a supervisão das ações de combate ao mosquito. Dos 399 municípios do Paraná,  55 registraram casos autóctones desde agosto do ano passado.

A Secretaria da Saúde aponta  a fragilidade na gestão de resíduos sólidos como a principal causa para a existência de criadouros do mosquito Aedes aegypti no Paraná. Em 2011, dos 12 milhões de depósitos que poderiam acumular água e se tornar criadouros do mosquito, 53% foram considerados lixo, como copos descartáveis, garrafas pet, latas, sucatas e outros objetos.

Para Sezifredo Paz, a implantação do Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e a criação de programas de coleta seletiva do lixo são soluções  viáveis  para diminuir o número de focos do mosquito. É necessário, segundo ele, que haja o envolvimento de todos, desde o gestor, com o planejamento, a execução e o incentivo a essa prática, até a população, com a separação do lixo reciclável nas residências. Ele citou Curitiba como exemplo de município que não é infestado devido à coleta seletiva do lixo. O serviço está estruturado  desde 1989, atende a 100% do município e conta com o apoio de cooperativas de catadores de materiais recicláveis.