A entrada de dólares superou a saída em US$ 5,622 bilhões, em março, até o dia 16, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (21) pelo Banco Central (BC). De janeiro até o dia 16, o saldo está positivo em US$ 18,609 bilhões, depois de janeiro registrar US$ 7,283 bilhões e fevereiro US$ 5,705 bilhões. No ano passado, no mesmo período, o saldo foi bem maior, chegando a US$ 34,660 bilhões. Ou seja, este ano, até o dia 16, houve uma queda de 46,31% no saldo em comparação a período idêntico de 2011.

Neste mês, o segmento financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) registra saldo positivo de US$ 561 milhões. O fluxo comercial (operações relacionadas a exportações e importações) também tem saldo positivo de US$ 5,061 bilhões.

A forte entrada de dólares no país tem obrigado o governo a adotar medidas para proteger o real. Alterações no prazo da cobrança de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos empréstimos externos, por exemplo, elevaram o dólar para cerca de R$ 1,80. O prazo de vigência da medida que, no início de março, passou de dois para três anos, foi elevado novamente este mês para cinco anos.

Na prática, isso significa que o dinheiro terá de ficar mais tempo no país para evitar essa taxação, desestimulando os recursos de curto prazo que não são destinados à produção. Após adotar a medida, o dólar tem permanecido em torno de R$ 1,80. O governo não divulga um teto ideal para a moeda norte-americana, mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem avisado que o governo vai adotar, quando for necessário, novas medidas para defender o real.