A cúpula do PT de Curitiba faz hoje a primeira reunião formal com o pré-candidato à prefeitura, ex-deputado federal Gustavo Fruet, para discutir os termos da aliança aprovada em encontro municipal no último final de semana. Entre os presentes estarão o deputado federal Ângelo Vanhoni, apontando como o nome mais cotado para assumir a vaga de candidato a vice na chapa do pedetista, além dos vereadores Pedro Paulo, Jonny Stica e da presidente do partido na Capital e ex-vereadora Roseli Isidoro, que também estão entre os que podem emplacar oposto.
O apoio a Fruet foi aprovado no sábado com os votos de 167 delegados, contra 128 que defenderam o lançamento de um candidato próprio. Com isso, o PT quebra uma tradição de quase três décadas, já que desde 1985, a legenda sempre teve candidato à prefeito em Curitiba.
Um dos desafios do pedetista e da ala majoritária que articulou a aliança, agora, será curar as feridas da disputa interna, e atrair os grupos do deputado federal Dr Rosinha e do deputado estadual Tadeu Veneri, que disputavam a indicação de candidato petista à prefeitura. A ala obteve 47% dos votos no encontro que escolheu os delegados, evidenciando o racha na legenda.
A principal dificuldade de Fruet será convencer a base do PT a esquecer seu passado recente de líder da oposição ao governo Lula na Câmara Federal, quando ainda estava no PSDB e se notabilizou como uma das principais vozes tucanas na investigação do escândalo do mensalão. O ex-deputado deixou o PSDB no ano passado, depois de ter negado o espaço para sua candidatura a prefeito. Os tucanos preferiram apoiar a reeleição do atual prefeito, Luciano Ducci (PSB).
Esse passado recente era justamente um dos argumentos dos petistas contrários à aliança. Na avaliação do grupo, a imagem de adversário do PT será fatalmente explorada na campanha pelos aliados do atual prefeito, que tem como principal padrinho o governador Beto Richa (PSDB).
Outro desafio de Fruet e do comando petista será atrair outros partidos da base do governo Dilma Rousseff para a aliança. O pedetista, porém, terá que disputar esses apoios com o também pré-candidato à prefeitura, deputado federal Ratinho Júnior (PSC) e o próprio atual prefeito, cuja sigla, PSB, igualmente integra a base de Dilma no plano federal. Ratinho Júnior, inclusive, já conseguiu o compromisso do PR. E Ducci recebeu a promessa de apoio do PTB. Além disso, o PP também deve manter-se na chapa de reeleição do prefeito.
Das demais legendas governistas, o PMDB se divide  entre a candidatura própria do ex-prefeito Rafael Greca e um acordo com Ducci. Já o PC do B tende a fechar com Ratinho Júnior, o mesmo acontecendo com o PV.