O governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo (PSDB), negou em seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira ontem, manter qualquer relação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Perillo disse que das 30 mil gravações telefônicas interceptadas pela Polícia Federal durante três anos, em apenas uma houve uma ligação para cumprimentar Cachoeira pelo aniversário. O governador negou também conhecer o ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish.

Na sua exposição inicial, Perillo disse que jamais ocorreu outra ligação para o contraventor para seu telefone particular ou para o seu gabinete. E reforçou que quando telefonou para Cachoeira, ligou não para um um contraventor, mas para um empresário que atuava no setor farmacêutico.

O governador de Goiás disse que não há nenhum ato que tenha beneficiado ou sugira qualquer beneficiamento ao grupo de Cachoeira. Ele disse que compareceu à CPI para restabelecer a verdade dos fatos. Estou sendo vítima de todos esses acontecimentos deflagrados pela Operação Monte Carlo, afirmou. Perillo lembrou que pediu de forma voluntária o pedido de abertura do Ministério Público Federal contra ele e também esteve na CPI para se colocar à disposição para depor.

Questionado sobre as relações com os personagens da Delta citados no inquérito, ele nega contatos. Nunca conversei com o sr Cavendish. Sei que ele foi a Goiás, mas comigo (não esteve) nunca. Quanto ao sr. Claudio Abreu, estive com ele uma vez acho que na casa do senador Demóstenes e uma ou duas vezes na campanha, diz Perillo.
Casa – Sobre a venda da sua casa, imóvel onde Carlinhos Cachoeira foi preso, reafirmou que agiu de boa-fé. Vendi (a casa) pelo valor de mercado. Depositei o pagamento em minha conta bancária. Declarei tudo no Imposto de Renda (…). Se houvesse qualquer elemento fraudulento nesse negócio, jamais teria anunciado esse negócio. E completou: Se alguém tirou vantagem, foi sem meu conhecimento. Não tem qualquer relação comigo.
Perillo disse que o ex-vereador Wladimir Garcez (PSDB) se apresentou como comprador da casa. Quando a escritura seria lavrada, no entanto, disse não ter conseguido dinheiro.