Em assembleia geral realizada ontem, os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) votaram a favor da suspensão do calendário acadêmico da instituição devido à greve de docentes, servidores e estudantes. Agora, a categoria vai encaminhar esse pedido para o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UFPR, único que pode tomar uma decisão como essa. Até a semana passada o Cepe não cogitava alterar o calendário, ainda na expectativa de uma solução negociada entre os professores e o governo federal.
Outra instituição federal em Curitiba, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), pode suspender o semestre amanhã. O Conselho Universitário da instituição foi convocado exclusivamente para avaliar os pedidos dos sindicatos que representam docentes e servidores, que querem a suspensão do calendário acadêmico, que protegeria o semestre para os estudantes. O conselho da UTFPR se reúne a partir das 15 horas.
A greve dos docentes de Instituições Federais de Ensino Federal (Ifes) começou no dia 17 de maio, e já atinge 53 Ifes em todo o País. A greve dos servidores técnico-administrativos da UFPR e da UTFPR começou a partir do dia 11 de junho, e afeta não apenas as aulas, mas também o funcionamento normal do Hospital de Clínicas da UFPR, que desde a segunda-feira passada suspendeu as consultas ambulatoriais eletivas.

Manifestação — Hoje, os professores das universidades federais realizam uma manifestação em Curitiba. O ato público com a temática Pagamento de juros da dívida X educação, acotnece em frente à sede do Banco Central em Curitiba, na Avenida Cândido de Abreu, às 10 horas
Segundo comunicado do movimento, o objetivo da mobilização é denunciar as prioridades orçamentárias defendidas pelo governo que são voltadas para o pagamento de dívidas, fazendo com que o governo não invista nas necessidades básicas da população brasileira. A mobilização, convocada pelo ANDES-SN, ocorrerá em todo o país.
Do orçamento da União em 2012, 47,19% está destinado para o pagamento de juros e amortização da dívida, enquanto apenas 3,18% do repasse vai para a educação, demonstrando que para o governo federal a educação é menos importante que o pagamento aos banqueiros. A concentração para o ato público ocorre a partir das 10 horas na Praça 19 de dezembro. Os docentes, servidores e estudantes farão o percurso da praça até o Banco Central.
Encontro — A Comissão da Greve se reuniu novamente na tarde de ontem, com a presença de estudantes e membros da Administração da universidade, para dar continuidade à discussão da pauta de reinvindicações apresentadas pelos alunos. O documento oficial de resposta da reitoria aos alunos foi elaborado e seria apresentado ontem na assembleia dos estudantes.
Segundo a Pró-Reitora de Assuntos Estudantis, professora Rita de Cássia Lopes, o momento é de explicar aos alunos como o processo funciona, mostrar o trâmite necessário para conseguir atender às solicitações.