As informações de emprego, salários e horas trabalhadas, referentes ao mês de maio de 2012, extraídas da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (PIMES), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em dez unidades federativas do País, atestam a consistente ascensão do setor fabril do Paraná, verificada desde o início de 2011.
Isso vem acontecendo em sentido inverso ao cenário nacional, marcado por uma rota cadente do mercado de trabalho, em razão da exacerbação das expectativas negativas dos empresários quanto aos sinais da economia global e à eficácia e alcance das sucessivas medidas de reativação da economia, anunciadas e aplicadas pelo governo federal.
O pessoal ocupado industrial no Estado cresceu 2,2% em maio de 2012 frente ao mesmo mês de 2011, enquanto no País houve queda de –1,7%. Esta foi a melhor performance dentre os estados investigados — sendo que apenas Paraná e Minas Gerais (0,3%) apuraram resultados positivos —, explicada pelos incrementos em máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos e de comunicações (35,1%), têxtil (10,8%), minerais não metálicos (9,4%), produtos químicos (8,5%), metalurgia (8,0%), refino de petróleo e álcool (6,9%) e alimentos e bebidas (6,1%).
O Paraná ficou na 2ª colocação em acréscimo real (descontada a inflação) na massa salarial em maio de 2012 frente a maio de 2011, exibindo elevação de 8,4% contra 1,1% para a média brasileira, atrás somente do Espírito Santo (10,9%). A variação foi influenciada por máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos e de comunicações (44,1%), têxtil (24,2%), produtos químicos (15,4%), metalurgia (13,6%), meios de transporte (11,3%) e alimentos e bebidas (7,6%). A indústria do Estado foi a única do País a apontar crescimento no número de horas pagas (1,5% versus queda de –2,8% para o Brasil) nesta referência de comparação.
Nos primeiros cinco meses de 2012, o complexo industrial do Paraná demonstrou a maior força do País em geração líquida de postos de trabalho, pagamento de salários e horas trabalhadas. A quantidade de emprego experimentou aumento de 3,6%, versus retração de –1,1% da média brasileira, enquanto os rendimentos expandiram 10,8% contra 3,8% no Brasil e as horas pagas cresceram 1,8% ante queda de –1,7% no País. Os segmentos que mais de destacaram em variação no contigente empregado e na renda foram máquinas e aparelhos elétricos, meios de transporte, refino de petróleo e álcool, alimentos e bebidas, têxtil, produtos químicos e minerais não metálicos.
No indicador de criação de emprego industrial anual (acumulado em doze meses até maio de 2012), as unidades manufatureiras do Paraná também asseguraram o primeiro lugar no certame nacional (5,2%, contra –0,3% para o País), ancoradas em máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos e de comunicações (37,8%), alimentos e bebidas (14,0%), meios de transporte (9,5%), outros produtos (8,5%), metalurgia (8,4%), têxtil (7,7%), minerais não metálicos (6,5%) e produtos químicos (5,8%).
No total dos salários reais pagos, o Paraná continuou na segundo colocação no índice anual (11,0% contra 3,5% no Brasil), depois de Pernambuco (11,5%). As variações mais pronunciadas correram em máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos e de comunicações (44,3%), meios de transporte (19,1%), outros produtos (17,0%), alimentos de bebidas (15,1%), fumo (12,5%) e metalurgia (11,4%).
Em horas pagas, com aumento de 1,0%, versus declínio –1,1% para o Brasil, o Paraná ficou em terceiro lugar entre as unidades observadas, atrás de Pernambuco e Minas Gerais.
Em síntese, o comportamento favorável das variáveis relacionadas à ocupação e rendimento do trabalho na indústria do Estado encontra respaldo no funcionamento dos ramos agroindustrais, metalmecânico, petroquímico e construção civil, multiplicado pelo clima propício aos negócios, instaurado no Paraná a partir da firme articulação entre as ações do governo e dos agentes privados.
Como resultado, contabilizou-se o anúncio de mais de R$ 16,5 bilhões em projetos industriais da iniciativa privada multinacional e nacional, desde fevereiro de 2011, abrigados no Programa Paraná Competitivo, com potencial de abertura de mais de 70,0 mil postos de trabalho, se forem consideradas a geração direta e indireta, no conjunto das empresas atraídas e de seus fornecedores, além do efeito multiplicador dinâmico na renda agregada por toda a economia regional.

Gilmar Mendes Lourenço, é Economista, Presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES), professor do Curso de Economia e Editor da revista Vitrine da Conjuntura da FAE e autor do livro Conjuntura Econômica: Modelo de Compreensão para Executivos. Foi eleito  O Economista Paranaense do Ano de 2011 pelo CORECON/PR e vencedor do Prêmio Imprensa e Quality TV & Jornais em novembro de 2011. Ele escreve às Quartas-Feiras neste espaço.