Em uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (3), o Coritiba explicou alguns pormenores da lesão de Keirrison, que teve diagnosticada uma ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho direito – pela terceira vez na carreira. Na coletiva, estavam presentes, além do jogador, o presidente Vilson Ribeiro de Andrade, o superintendente de futebol Felipe Ximenes e o médico Lúcio Ernlund, coordenador do departamento médico coxa-branca. A voz oficial do clube contou por que houve a demora para se confirmar o problema (a lesão ocorreu em julho) e negou pressa no retorno do jogador.

As informações foram todas seguradas por ética médica por respeito ao paciente, ao ser humano Keirrison, disse o médico Lúcio Ernlund. Apesar de ter havido um vazamento na mídia, temos cuidado grande com respeito à causa médica. Ele está com um problema de saúde, não pode ser exposto de forma exagerada.

Keirrison teve duas lesões idênticas no mesmo joelho – uma em 2006 e outra no ano passado. Para tratar dessa última, ele chegou ao Coritiba em janeiro. Com autorização do Barcelona, dono dos direitos econômicos, o jogador passou por uma cirurgia, executada por Ernlund. Ele teve um excelente processo pós-operatório, dentro do protocolo que esperávamos. Mas nos últimos 30 dias teve uma piora do quadro, nos treinos, afirmou o médico. Ele revelou que diversos exames foram feitos até que se detectasse o problema. A resposta última foi o re-rompimento do ligamento. Isso correu provavelmente no processo de recuperação, quando houve um mecanismo de entorse e soltura do ligamento, fazendo com que voltasse a ter instabilidade, disse.

Ernlund negou que a lesão tenha ocorrido por pressa do jogador para voltar a jogar. Não houve aceleração. Tínhamos uma previsão para agosto. Existem casos em que é possível uma alta com quatro meses, cinco, seis, oito ou mais tempo, explicou. A alta é feita no momento em que o atleta preenche o critério de segurança para o retorno. Mas mesmo assim existem riscos (de uma nova lesão).

Segundo Ernlund, os riscos desse tipo de cirurgia envolvem a demora para voltar a jogar e, principalmente, a ocorrência de uma nova lesão, sem que tenha relação com a anterior. O atleta volta a se expor. Pode acontecer 50 vezes. Uma só vez, não acontecer. Tudo isso está dentro da margem de risco, afirmou. E a complexidade da cirurgia em um atleta de alto desempenho é diferente de um executivo de escritório que torce o joelho.

Apesar do abatimento, Keirrison mostrou confiança na recuperação. Você fica triste, é do ser humano. Mas atleta de futebol tem seus riscos, nos treinamentos e nos jogos, falou ele. Tenho 23 anos, tenho muito o que fazer. O que me motiva mais é saber que tem família, pessoas amigas, empresários, dirigentes. E aqui no Coritiba estou em casa. Nossa vida sempre vai ter desafios e vou vencer essa.