A melhor banda de 2012 já é uma unanimidade: Alabama Shakes. Simples, sem frescura, com uma cozinha saborosa e uma vocalista que está sendo comparada com… Janis Joplin. Heresia?
Bom, vá ao YouTube e ouça Brittany Howard, de 23 anos, cantando apenas Hold On. Depois diga se há algo do porte na cena atual do rock. A gravadora Lab344 acaba de despejar no mercado brasileiro o disco de estreia do Alabama Shakes, Boys & Girls. Brittany falou à reportagem. Temos tido algumas ofertas para ir ao Brasil e estamos decidindo qual é a melhor hora. Tenho um pressentimento que será em 2013, mas não estou 100% certa. Estamos genuinamente animados para ir aí. O mundo é um lugar enorme e é geralmente muito difícil abarcá-lo inteiro. Mas posso te dizer que o Brasil me entusiasma. Eu amo o Brasil, disse a revelação do ano.

Em seu primeiro show em Londres, no pequeno club Boston Arms, há alguns meses, eis quem estava na plateia: Robert Plant, David Byrne, Alex Turner, Jamie Oliver, Adele, Russel Crowe, Bon Iver, Jack White. Todo mundo atrás da nova sensação do rock americano, o grupo Alabama Shakes, liderado pela voz poderosa da cantora Brittany Howard, uma ex-funcionária dos Correios de uma cidadezinha de 20 mil habitantes no Alabama, tipo uma parada de caminhões entre Birmingham e Nashville, como ela diz.
Turbinado por uma mistura de southern rock, soul e gospel, o som da banda é irresistível. Brittany é uma dessas vozes que podem levar meio século para dar o ar da graça, mas não é só isso que faz o Alabama Shakes. A pesquisa musical que embala o baixo de Zac Cockrell (ex-técnico veterinário) evoca lendas como James Jamerson e Rick Danko.
 O baterista é Steve Johnson, que trabalhava numa usina nuclear. Os caras e eu só queríamos compor música juntos, mesmo que ninguém fosse ouvir, disse a cantora à reportagem. Estamos focados no que dizer, não no hype.