A Olimpíada de Londres consagrou duas lendas do esporte: Michael Phelps e Usain Bolt. O nadador norte-americano entrou para a história como o maior medalhista olímpico da história, ao chegar à marca de 22 pódios na carreira, sendo 18 de ouro. E o velocista jamaicano confirmou o rótulo de homem mais rápido do mundo, conquistando o bicampeonato nos 100 e 200 metros, feito inédito na história do atletismo.Em Atenas/2004, Phelps começou sua coleção de pódios olímpicos com seis de ouro e duas de bronze. Em Pequim/2008, ganhou oito de ouro e quebrou o recorde do também nadador norte-americano Mark Spitz, até então o maior vencedor em uma única edição da Olimpíada. Agora, em Londres, foram mais quatro de ouro e duas de prata, que totalizaram 22 medalhas na carreira.

Com suas 22 medalhas (18 de ouro, duas de prata e duas de bronze), Phelps bateu o recorde da ginasta soviética Larisa Latynina, que tinha subido 18 vezes ao pódio olímpico nas décadas de 50 e 60. Sem motivação para quebrar mais paradigmas, Phelps anunciou o fim da carreira, aos 27 anos, e deixou um enorme desafio para as futuras gerações.Bolt não conseguirá chegar ao recorde de medalhas de Phelps, já que, aos 25 anos, possui “apenas” seis pódios em Olimpíada – também foi bicampeão no revezamento 4×100 metros com a equipe da Jamaica. Mas nenhum outro atleta é mais midiático do que o jamaicano, que cativa o público e a imprensa com sua inacreditável irreverência em meio à tensão de uma disputa olímpica. Assim como há quatro anos, deu show nas pistas de Londres, brincando com fotógrafos, voluntários e até mesmo rivais.

A Olimpíada de Londres também condecorou dois heróis britânicos. Chris Hoy conquistou dois títulos no ciclismo e tornou-se o maior atleta da Grã-Bretanha na história dos Jogos, com um total de sete medalhas, sendo seis de ouro. Já Ben Ainslie, o maior velejador olímpico de todos os tempos, acrescentou um quarto ouro à sua coleção – também tem uma prata.As norte-americanas Walsh e May também entraram para a história, com a conquista do tricampeonato olímpico no vôlei de praia. A parceria, que já havia faturado ouro em Atenas/2004 – contra as brasileiras Adriana Behar e Shelda – e Pequim/2008, foi interrompida em 2009, quando Walsh engravidou. Mas elas voltaram a jogar juntas no ano passado para confirmar seu reinado na areia.
Outra grande personagem norte-americana em Londres foi Serena Williams, que ganhou duas medalhas de ouro, tanto na chave de simples como na de duplas, ao lado da irmã Venus. Com isso, a tenista de 20 anos fechou o Golden Slam, ou seja, venceu pelo menos uma vez os quatro títulos do Grand Slam (Aberto da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e US Open) e também o torneio olímpico, algo que só a alemã Steffi Graf tinha conseguido na história do tênis.

Alguns países ampliaram em Londres a hegemonia em modalidades nas quais fazem história há bastante tempo. A Rússia, por exemplo, chegou ao tetracampeonato olímpico na ginástica rítmica, tanto na prova individual quanto por equipes, e também foi tetracampeã no nado sincronizado, tanto no dueto como por equipes.No basquete, os Estados Unidos confirmaram o favoritismo e mantiveram o reinado. Os homens conquistaram o 14º título em 18 edições olímpicas – só não venceram em Munique/1972, Moscou/1980, Seul/1988 e Atenas/2004. Já as mulheres levaram o ouro pela sétima vez, a quinta seguida, em dez participações.Domínio parecido tem a China no tênis de mesa. O país venceu as competições individual e por equipes, tanto no masculino como no feminino, totalizando quatro medalhas de ouro em Londres – no individual, ainda ficou com as duas de prata. A última vez que um atleta que não fosse chinês conquistou um título na modalidade numa Olimpíada foi com o sul-coreano Ryu Seung-Min, na disputa de simples, em Atenas/2004.