Depois de quase um mês de hesitação, Gustavo Fruet (PDT) finalmente abordou pessoal e diretamente a polêmica de sua aliança com o PT em seu programa de televisão. O problema é que a iniciativa veio tarde demais. À essa altura da campanha, Fruet já deveria ter superado essa pauta. Poderia tê-la enfrentado logo nas primeiras semanas de campanha e assim, encerrado o assunto, podendo agora dedicar-se exclusivamente à apresentação de propostas. A campanha e o candidato, porém, hesitaram, e cometeram um erro que pode lhe custar a vaga no segundo turno. Perderam um tempo precioso e que pode ser irrecuperável, já que agora, quando se inicia os vinte dias finais da disputa no primeiro turno, ainda estão tentando se explicar. E em campanha eleitoral, timing – o momento certo de fazer algo – é tudo. Em 2006, o então governador e candidato à reeleição, Roberto Requião (PMDB), atacou o adversário Osmar Dias (PDT), explorando a longa ficha de processos judiciais do vice de Osmar, o ex-prefeito de Toledo, Derli Donin (youtu.be/bZi1w9tBZaU). A campanha de Osmar levou uma semana para colocar no ar uma resposta, e quando o fez, ainda o fez de forma enviesada. Resultado, Osmar perdeu a eleição por pouco mais de dez mil votos de diferença.

Dois pesos
No programa em que desabafou, Fruet se diz vítima de uma campanha sórdida de ataques, mas garante que a esperança vai vencer o medo, em uma reciclagem da campanha de Lula à presidência em 2002. O problema é que na mesma fala, o candidato do PDT também acena com o discurso do medo contra Ratinho Júnior (PSC), afirmando que Curitiba não precisa de aventureiros, e comparando o adversário ao ex-presidente Collor. Fruet precisa se definir de uma vez, seja pela esperança, ou pelo medo.

Emoção
Criticado pela suposta frieza e falta de carisma, Luciano Ducci (PSB) apela cada vez mais para a emoção em sua propaganda. Em tom emocionado, falou sobre o caso de uma ex-moradora de beira de rio que disse não acreditar quando ganhou uma casa nova da prefeitura.

Menas
Ducci, que no início da propaganda, falava em um tom acima do normal, parecendo nervoso e forçado, agora fala em um tom cada vez mais baixo e suave. E até os apresentadores xóvens de seus programas abandonaram o tom excessivamente histriônico do início.

Esquecido
Depois de ter sua imagem exaustivamente explorada na campanha de televisão do sucessor e aliado, o governador Beto Richa (PSDB) só apareceu ontem, de relance, em imagens de uma caminhada da campanha de Ducci.

Mão de obra infantil
Se as leis de alguns países europeus que proíbem o uso de crianças em propaganda valesse para a disputa eleitoral no Brasil, tem muito candidato com problemas. A campanha de Fruet, por exemplo, vem explorando desde a semana passada uma inserção em que um ator mirim declara sua predileção pelo candidato pedetista.

Hans Donner
Na tentativa de se defender das críticas dos adversários por sua inexperiência administrativa, Ratinho Júnior aparece agora em um amplo escritório, cercado de executivos. E usando e abusando de modernos recursos de computação gráfica.

Teleprompter
Requião reapareceu no programa do candidato do PMDB, Rafael Greca, comparando o desempenho do pupilo e dos adversários no debate da CNT. Criticou os concorrentes, afirmando que eles seriam conduzidos por marqueteiros. Vendo um programa gravado no estúdio, vocês vêem uma espécie de candidato. Todo maquiado, bonitão, lendo no teleprompter, que fica na frente do candidato quando ele grava na televisão, o que os seus especialistas escreveram, atacou.

O influente
Pelo twitter, Requião destilou seu veneno em cima de Fruet. O povo se diverte com a traição, mas eleitoralmente, nunca vi o sucesso dos traidores. Bazinga, ou conheceu papudo, escreveu ontem.

Falha nossa
A campanha de Ratinho Junior (PSC) pediu desculpas publicamente em seu facebook após um carro de campanha ter sido flagrado estacionado em uma vaga para idoso. A #equipenovasideias pede desculpas por este ocorrido. Já convocamos todos os motoristas da campanha para reforçar a importância de respeitar as vagas para pessoas com deficiência e idosos. As #novasideias apóia a campanha Esta vaga não é sua nem por um minuto.