No afã de tentar justificar o injustificável, o presidente da Assembleia Legislativa, Valdir Rossoni (PSDB), defendeu ontem a decisão de suspender os trabalhos até a eleição, alegando que não querer que os parlamentares participem da disputa política municipal seria antidemocrático. Ocorre que ninguém está proibindo os deputados de participarem da campanha. O que não significa que, para isso, eles tenham que deixar de cumprir com a obrigação de comparecer às sessões da Casa. Afinal, elas ocorrem apenas às segundas, terças e quartas, e eles poderiam, perfeitamente, fazer campanha nos demais dias da semana. Além disso, deputado não é eleito e pago regiamente para fazer campanha, e sim para cumprir com sua responsabilidade no Legislativo.

Seriam cômicos, não fossem ridículos, os ataques de Rossoni à imprensa por conta dos questionamentos ao “recesso branco”. O parlamentar chegou a dizer que os jornalistas teriam “trauma”, porque gostariam de serem deputados, mas não têm votos para isso. Rossoni gosta de posar de democrata, mas na verdade, reage como todo político que é confrontado pela imprensa, tentando desqualificar o trabalho de quem o questiona.

Rossoni também negou que tenha sofrido pressões para adotar o “recesso branco”, no momento em que busca mais dois anos de mandato na presidência da Casa. Pura balela. Até as pedras do Centro Cívico sabem que nesse momento, tudo o que o tucano não quer e contrariar os interesses dos colegas. Por isso, está disposto a assumir o desgaste de uma medida obviamente impopular como essa.