Às vésperas do fim da propaganda eleitoral na televisão, Gustavo Fruet (PSC) assumiu, indiretamente, que Ratinho Júnior já está no segundo turno, e passou a pregar o voto útil, alegando ser o único capaz de evitar que o candidato do PSC, definido por ele como uma aventura, vença a disputa pela prefeitura de Curitiba. No programa de segunda-feira à noite, Fruet argumentou que o atual grupo que está no poder perdeu a capacidade de inovação, e que a maioria dos curitibanos quer a mudança, mas com seriedade e responsabilidade. Uma mudança segura de verdade não se faz com teatrinho, alega o pedetista. Na prática, Fruet adota contra Ratinho o mesmo discurso do medo do novo já usado contra o PT, seu atual aliado, em outras disputas. O que acaba entrando em choque com o perfil de político progressista que ele sempre cultivou. Além disso, é no mínimo discutível esse argumento de que ele teria mais chances de vencer Ratinho do que o atual prefeito Luciano Ducci (PSB), já que nas simulações de segundo turno feitas pelas pesquisas, o candidato do PSC abre uma distância maior quando o concorrente é Fruet e não Ducci. 

Caciques
Depois de mais de um mês de campanha, Fruet (PDT) decidiu, no penúltimo dia de programa, exibir depoimentos de caciques do PT nativo. O deputado federal Ângelo Vanhoni e o deputado estadual Tadeu Veneri foram escalados para destilar elogios ao ex-tucano, afirmando que ele é ficha limpa.

Antecedentes
Curiosamente, Veneri disputou a indicação de candidato próprio do PT e eram contra a aliança. Apontava, inclusive, que Fruet fatalmente seria questionado pelo passado de adversário do governo Lula e do PT, por conta de sua atuação na CPI que investigou o mensalão. Até aqui, a tese está se comprovando verdadeira.

Bedel
O senador Requião comentou pelo twitter, o programa de Fruet com os petistas. Vanhono (sic) também apareceu dando o beijoca mortal, o osculo da despedida. Com cara de quem ri por ultimo, ironizou o senador.

Medo
A campanha de Fruet também exibiu um novo jingle. A letra insiste na tese do ou eu ou o caos, com trechos como não dá para arriscar e meu voto é seguro.

Pisando em ovos
Mesmo no final da campanha, Fruet continua abordando a questão do mensalão de forma enviesada, com meias palavras. No programa, o candidato do PDT pediu ao eleitor indeciso, ou mesmo que esteja pensando em votar em outro candidato, que analise o seu passado. E cita o trabalho na Câmara, que segundo ele, contribuiu para que hoje o Supremo Tribunal Federal condene banqueiros e políticos de vários partidos.

Por cima
Em outro trecho, apresentadores afirmam que na CPI do mensalão, ele trabalhou acima de partidos. E que estão sendo condenados políticos de vários partidos.

Mea culpa
Ducci dedicou quase todo o programa a questão da saúde pública. Voltou a admitir que há problemas no atendimento do sistema público, mas afirmou que não há como resolver as coisas de forma mágica. Alegou que para enfrentar as dificuldades é preciso seriedade, responsabilidade, equilíbrio e conhecimento sobre o assunto.

Humildade
O prefeito também escalou o deputado estadual Ney Leprevost (PSD) para defender a saúde curitibana. Todos nós sabemos que a saúde tem os seus problemas. Mas não podemos prometer soluções milagrosas da noite para o dia. Luciano está consciente e tem humildade para reconhecer que Curitiba tem que avançar em todos os aspectos, afirmou ele.

Mais quatro anos
Ducci desfilou números sobre o sistema, lembrando que são mais de 400 mil consultas e 13 mil internamentos por mês. E que boa parte dos pacientes vêm da Região Metropolitana. No começo deste ano tivemos dificuldades de atendimento, mas reagimos rápido. Fizemos a maior contratação de médicos da história de Curitiba, mais de 700 médicos. Eu sei que nem todo mundo tem acesso a esses serviços. Por isso eu preciso de mais quatro anos, alegou.

Academia
A campanha televisiva do prefeito também mostrou um novo jingle, cantado por crianças. Que diz que a cidade pode continuar avançando para melhor, mas pra isso tem que ser alguém que a gente pode confiar. Tem que ser doutor.

Funcionalismo
Em final de campanha, qualquer voto vale o esforço. Fruet tratou de dizer que conta com a dedicação dos servidores públicos municipais em seu governo.

Mira
A evolução patrimonial foi assunto de dois candidatos à reeleição no programa de ontem. Paulo Salamuni (PV) e Pedro Paulo (PT) citaram o caso e a investigação do Ministério Público sobre o assunto. Mais pareceu propaganda para Fruet do que para eles.

Mudança
A candidata Nany Vidal (DEM) trocou seu cabo eleitoral. Nas primeiras inserções, a candidata aparecia ao lado de seu pai, o ex-vereador Elias Vidal. Agora, seu pai foi trocado por uma abelha gigante.