Arnaldo Antunes é reconhecido pela sua música singular e talento em diversos campos artísticos como compositor, músico, escritor e artista visual. O livro Arnaldo Canibal Antunes, da Editora nVersos, apresenta um novo Arnaldo. A obra, de autoria da Doutora em Literatura, Alessandra Santos, analisa a ligação do artista com o movimento modernista do século XX.

Quando Oswald de Andrade escreveu o Manifesto Antropófago, em 1928, pensava no canibalismo cultural como uma devoração metafórica de elementos estrangeiros para produzir uma síntese brasileira. Para Alessandra, não há antropófago maior nos dias de hoje do que Arnaldo Antunes.

A pesquisadora abre o livro com uma pincelada na história das vanguardas e do movimento modernista no Brasil, necessário para chegar até a obra de Arnaldo e explicar suas influências.

Dividida entre Arnaldo Antunes e a Poesia: poética da percepção; Arnaldo Antunes e a Música: poética da Bricolagem; e Arnaldo Antunes e as Artes Visuais: poética da apropriação, a análise da obra do canibal mostra que ela é viva e alerta, lúcida como somente os vanguardistas foram (…). Arnaldo é inovador e corre riscos artísticos que poucos ousam, sempre almejando uma utopia.

Alessandra propõe que a obra do músico reinventa e dialoga com o movimento antropofágico, tão importante para a cultura brasileira que, nas palavras da presidente Dilma Rousseff, é a nossa capacidade de absorver o que tem de universal em todas as culturas e metabolizar no particular.