A decisão do governo do Estado de não prorrogar o subsídio para o transporte coletivo de Curitiba provocou ontem intensa troca de acusações entre aliados do governador Beto Richa (PSDB) e do prefeito Gustavo Fruet (PDT). O PT, que apoiou a eleição de Fruet, acusou Richa de agir por motivação eleitoral. Já o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), afirmou que Fruet tem que assumir a responsabilidade pelo transporte da Capital e parar de choramingar.

Quando era governo (em Curitiba), o preço da passagem era uma preocupação do Estado. Agora que não é mais governo, não é mais uma preocupação do Estado. É uma grande contradição, criticou o presidente estadual do PT, deputado Ênio Verri, referindo-se ao fato do governo ter instituído o subsídio em abril do ano passado, às vésperas do início da campanha de reeleição do então prefeito Luciano Ducci (PSB), aliado de Richa, que não conseguiu chegar ao segundo turno da disputa. Está comprovada a importância do transporte integrado nas grandes cidades. A intervenção do estado, com o subsídio, evita o empobrecimento das áreas vizinhas. Quem vai pagar por esta medida é a população, avaliou.

Durante a campanha para prefeito o Gustavo Fruet tinha todas as respostas para todos os problemas. Agora, ao surgir o primeiro problema ele quer se eximir de responsabilidade e passar o mico para o governo do Estado, rebateu Traiano.  O governo do Estado não pode subsidiar tarifas da capital sem atender demandas semelhantes de outros municípios, como Londrina, Cascavel, Maringá e Ponta Grossa que desejam tratamento semelhante. O Gustavo Fruet foi eleito pelos curitibanos para resolver os problemas da cidade, não para choramingar e tentar passar suas responsabilidades para os outros, alegou o tucano.

Segundo o líder governista, Fruet deve procurar ajuda da União. A solução só virá se o prefeito Gustavo Fruet resolver assumir suas responsabilidades e se conseguir mostrar liderança somar forças com outras forças políticas municipais e estaduais para sensibilizar o governo federal para uma consistente desoneração de combustíveis e insumos para o setor do transporte coletivo, afirmou. (IS)