A Secretaria da Saúde apresentou na terça-feira (30) estudo preliminar sobre o comportamento da dengue no Paraná entre novembro/2012 e abril/2013, considerados mais críticos. Segundo o estudo apresentado na reunião mensal do comitê gestor intersetorial para o controle da dengue, 70% do total de casos foram registrados em fevereiro e março de 2013.

Para o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, a mudança das administrações municipais, aliada ao clima propício para o desenvolvimento do mosquito transmissor, contribuiu para que diversos municípios entrassem em situação de epidemia neste ano.

Com as eleições, muitos municípios desestruturaram a retaguarda de combate à dengue e demitiram as equipes os responsáveis pelo trabalho preventivo da doença. Com isso, os novos prefeitos iniciavam suas gestões já em condições pré-epidêmicas, afirmou o superintendente. 

Neste ano, 98 municípios atingiram incidência superior a 300 casos por 100 mil habitantes, o que os colocou em situação de epidemia de dengue. Outra diferença no comportamento da doença foi o período em que o número de casos começou a aumentar. Neste ano, o crescimento ocorreu já no início de janeiro, pelo menos três semanas antes dos dois anos anteriores. 

Para Sezifredo, o dado revela a importância de todos manterem a preocupação com a dengue durante todo o ano. O período mais crítico da doença é durante o verão, mas observamos que isso vem se antecipando cada vez mais. Para o mosquito não importa a estação do ano, basta um dia quente para ele começar a se desenvolver, explicou. 

NÚMEROS – Desde agosto de 2012 até agora já são 31.916 casos da doença, sendo que 142 evoluíram para a forma grave – dengue hemorrágica ou dengue com complicações. Dos casos graves, 77 foram registrados em Foz do Iguaçu, contudo não houve nenhuma morte pela doença no município. Nesta semana, Foz também atingiu incidência epidêmica, com a confirmação de 895 casos. Somente em 2013, o Paraná contabiliza 13 mortes por dengue. 

O novo boletim da dengue mostra que mais sete municípios saíram de situação de epidemia, pois tiveram queda significativa no número de casos nos últimos meses. Até agora, já são 22 cidades que conseguiram conter a epidemia. 

Um dos fatores que influenciaram na queda é o repasse de cerca de R$ 6,2 milhões para reforçar o combate à dengue em 86 municípios que concentravam o maior número de casos da doença. Os recursos são do VigiaSUS, programa do Governo do Estado que prevê investir neste ano R$ 47 milhões para fortalecer as ações de vigilância em saúde nos 399 municípios paranaenses. Este é o maior valor da história já destinado à área. 

Apesar da tendência de queda nos casos de dengue, além de Foz, outros 19 municípios atingiram incidência epidêmica nesta semana. 15 dessas cidades têm menos de 20 mil habitantes e por isso alcançam incidência epidêmica mesmo com poucos casos. Esta é a situação de Santa Inês, na região Norte, que entrou em epidemia com apenas 12 casos confirmados.