A chuva no Paraná deu umatrégua. Ontem, o máximo foram chuviscos em áreas isoladas do Leste e Litoral. A momento, é de contar os prejuízos. Uma estimativa preliminar aponta para perdas de R$ 39,720 milhões, segundo as informações das prefeituras e Coordenadorias Municipais de Defesa Civil apuradas, ontem, pela reportagem em algumas das cidades mais atingidas. Nesta estimativa estão computadas perdas com infraestrutura pública (vias rurais e pontes), pavimentação asfáltica na periferia urbana, drenagem da água pluvial e bueiros.
Em todo os Estado, 114.786 pessoas em 103 cidades foram afetados pelas águas, segundo boletim da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. Em 59 municípios a situação foi decretada como de emergência pelo governo e 13.492 pessoas estavam desalojadas. Duas estão desaparecidas em Telêmaco Borba, na região dos Campos Gerais.
O prejuízo, contudo, fica muito maior se contado as perdas pessoais e de empresas privadas. Na região Noroeste, nos municípios banhados pelo Rio Ivaí, a Defesa Civil não contabilizou danos às pessoas, mas na região houve grandes baixas dos rebanhos. Em Douradina, vizinha a Umuarama, por exemplo, as perdas são estimadas em R$ 10 milhões, segundo cálculos do prefeito Francisco Aparecido de Almeida.  A área agrícola registrou ainda mais prejuízos. Plantações de arroz, depósitos, equipamentos agrícolas e móveis também foram perdidos. Dos 2.500 animais que eram criados nas propriedades rurais de Douradina, 2.000 morreram afogados pela cheia do Rio Ivaí.

Em entrevista à Rádio CBN, o proprietário da Fazenda Pacaembu, entre os municípios de Icaraíma e Ivaté, também no Noroeste, declarou que das 1.450 cabeças, restaram 300. O prejuízo com os animais, maquinário, implementos agrícolas e com a casa dos chacreiros foi estimado entre R$ 2,5 milhões e R$ 3 milhões. 
Em Querência do Norte, 1.000 cabeças e animais foram recolhidos às margens do Ivái, segundo o coordenador da Defesa Civil da cidade, Claudinei Nery da Silva. Ele afirmou que as perdas nas seis cidades próximas do Ivaí devem somar por baixo R$ 20 milhões. Os técnicos começaram a percorrer hoje as regiões mais afetadas, mas há lugares em que as águas ainda não baixaram, disse Silva.

Em São Jorge do Patrocínio, 2 mil cabeças de gado se afogaram, de acordo com o Major Jorge Inácio da Silva, coordenador da Defesa Civil da Região. Na cidade, 500 pessoas foram atingidas pelas chuvas.
Em outras cidades, como Curitiba e São José dos Pinhais, onde as chuvas afetaram 1.112 pessoas e 14.000 pessoas respectivamente, as perdas estão sendo computadas. O Estado ainda não tem uma estimativa oficial das perdas à agricultura. As informações da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) é que os técnicos aproveitaram a trégua da chuva para saírem a campo e conferir os prejuízos às culturas de inverno e à pecuária do Estado. A mesma informação foi repassada pela Defesa Civil do Estado, que estima um levantamento para sexta-feira.