Por determinação do secretário da Segurança Pública, Cid Vasques, a Corregedoria-Geral da Polícia Civil imediatamente designou um delegado para apurar possíveis violências que tenham sido cometidas por policiais contra os quatro homens apontados como suspeitos de envolvimento na morte da menina Tayná Adriane da Silva, 14 anos.

Desta forma, será aberto um procedimento administrativo dentro da Corregedoria que, a princípio, tem duração de 30 dias, podendo ter o prazo prorrogado. Caso haja comprovação de irregularidades durante a apuração do caso, os policiais podem responder administrativa e criminalmente, inclusive com a perda do cargo.

Também por determinação do secretário Cid Vasques, o delegado Guilherme Rangel foi designado para assumir as investigações do caso Tayná. O caso também será acompanhado pelo assessor civil da Sesp, Rafael Vianna.

rês dos quatro suspeitos de terem estuprado e assassinado Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, foram agredidos e obrigados a confessar o crime, afirmaram nesta quarta-feira (10) integrantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Isabel Kugler Mendes, integrante da Coordenação Internacional de Direitos Humanos da OAB e representante da OAB-PR no Conselho Estadual de Direitos Humanos, afirmou em entrevista ao portal UOL que os suspeitos afirmam terem sido torturados desde o momento em que foram convidados a ir à delegacia de Colombo.

Mais cedo, o advogado dos suspeitos, Roberto Rolim de Moura Júnior, afirmou que os quatro presos disseram que não são culpados do crime e que declararam a culpa porque foram agredidos por policiais, guarda municipais e até mesmo por outros presos.

Isabel, Roberto e outro representante da OAB visitaram nesta quarta-feira à tarde três dos suspeitos presos. O quarto não estava lá porque teria sido mandado ao Complexo Médico Penal, pois estaria evacuando sangue com suspeita de perfuração intertinal.

Em outro (preso) com quem conversamos, chega-se a ver, nas mãos, os ossos, por conta das feridas. E ele está surdo, possivelmente com o tímpano rompido”, disse Isabel.

Em nota, o MPE (Ministério Público Estadual) informou que “denúncias veiculadas sobre ocorrência de tortura dos suspeitos serão investigadas em procedimento independente” ao inquérito sobre a morte de Tayná.

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná confirmou na terça-feira (9) que o sêmen encontrado no corpo da garota Tayná Adriane da Silva não é de nenhum dos quatro acusados que estão presos. No mesmo dia, o secretário de Segurança Pública, Cid Vasques, determinou mudanças nas investigações do caso. A Corregedoria da Polícia Civil deverá apurar se houve irregularidade, falha, omissão ou distorção na condução do inquérito e um outro delegado foi designado para dar prosseguimento às investigações.