O ex-governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho, e o ex- secretário estadual de Segurança, Pedro Franco de Campos, prestaram depoimento na manhã desta terça-feira, 30, durante o segundo dia do julgamento sobre o massacre do Carandiru. Os dois já haviam participado, também como testemunhas de defesa, da primeira etapa do júri, em abril deste ano, e mantiveram as suas versões sobre o episódio de outubro de 1992 – quando estavam à frente do Estado e da pasta.

O ex-secretário foi o primeiro a depor e disse, logo no início do seu depoimento, que “reitera todas as declarações feitas no julgamento anterior”. Na primeira etapa do júri, Franco afirmou que autorizou a entrada da PM no Carandiru e disse que tomaria a mesma atitude hoje. “Nenhuma dúvida de que havia necessidade de ingresso da PM na Casa de Detenção”, reiterou.

Fleury, assim como no julgamento em abril, afirmou que a entrada no presídio foi “legítima e necessária”. Em seu depoimento, o ex-governador relatou que quando chegou ao Carandiru, havia focos de incêndio e a notícia de presos mortos, o que teria justificado a entrada da polícia. “Eu não dei a ordem para a entrada da PM, mas se estivesse no meu gabinete, teria determinado a invasão”.

Após intervalo para o almoço, o júri foi retomado com a oitiva da segunda testemunha protegida. Assim como aconteceu pela manhã com o outro depoimento em sigilo, apenas os promotores, a advogada de defesa, o juiz e os jurados ouvem a testemunha. A imprensa não tem acesso ao depoimento.

Para esta terça estão previstos ainda as declarações, em vídeo, de outras duas testemunhas convocadas pela defesa dos 26 PMs acusados de matar 73 detentos do 2º andar do Pavilhão 9 do presídio: os desembargadores Ivo de Almeida e Luiz Augusto San Juan França.